quarta-feira, 10 de julho de 2019

Municípios discutem ações para o macrozoneamento da Bacia do Piranhas-Açu

Moradores dos municípios banhados pelo Piranhas-Açu, gestores estaduais e municipais, além de professores e pesquisadores de universidades, ONGS e grupos tradicionais que têm afinidade com a questão ambiental e econômica destas áreas, estão debatendo o uso sustentável dos recursos naturais da área desta bacia em oficinas locais. Os três primeiros encontros aconteceram na última semana, em Macau, Assú e Caicó, reunindo quase 200 participantes. Nesta semana, as oficinas ocorrerão nos municípios de Parelhas, Currais Novos e Lagoa Nova. Por estarem situados em uma região de Caatinga, que sofre com o desmatamento resultante de atividades como a mineração e fabricação de cerâmica, o manejo para a produção de lenha receberá atenção especial. Na ocasião, serão debatidas com associações de mineradores e grupos de ceramistas, técnicas sustentáveis de exploração desse recurso florestal que são viáveis tecnicamente, fáceis de serem aplicadas no campo e que já estão normatizadas pelos órgãos ambientais competentes.
A utilização desse produto florestal como fonte de energia na região da Caatinga torna fundamental a existência de políticas públicas concretas para o uso dos recursos do bioma. O setor precisa entender a importância do manejo e de que se trata de uma preocupação de Estado, para que eles desenvolvam suas atividades, que empreguem, gerem renda, mas que o impacto ao meio ambiente seja o menor possível”, disse o secretário de Gestão de Projetos e Metas, Fernando Mineiro.
Os empreendedores da Bacia Leiteira também participarão da discussão por utilizarem, igualmente, a lenha como combustível em suas atividades produtivas. Com eles, ainda será debatida a destinação adequada dos efluentes das queijeiras, uma vez que esse grupo faz parte dos beneficiários do edital de Leite e Derivados do Projeto Governo Cidadão, que vai regularizar 39 queijeiras tradicionais do Seridó.
As oficinas regionais promovem o debate sobre os espaços onde essas atividades produtivas poderão ser estabelecidas, a partir do cruzamento com as características de fragilidades ambientais de cada local. O objetivo é assegurar a preservação do meio ambiente a partir da utilização consciente dos recursos naturais, integrando-os às potencialidades econômicas identificadas em cada setor da Bacia.
As dinâmicas são feitas de maneira a buscar soluções para que os impactos ambientais das atividades produtivas, que já são ou que serão desenvolvidas, sejam os menores possíveis. Somente dessa maneira, com consciência ambiental, haverá o desenvolvimento sustentável da região, do ponto de vista econômico e ambiental”, ressaltou a coordenadora do Núcleo Ambiental do Governo Cidadão, Andrea Batista.
As oficinas são ministradas pela Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos (Cobrape), responsável pelo Projeto Macrozoneamento Ecológico-Econômico da Bacia do Rio Piranhas-Açu (MZPAS), promovido pelo Governo do Estado, por meio do Governo Cidadão, com recursos do acordo de empréstimo com o Banco Mundial. O valor do contrato é de aproximadamente R$ 3 milhões.
Os encontros têm contado com a presença de representantes da Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema); do Instituto de Gestão das Águas do Estado do Rio Grande do Norte (Igarn); da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern); do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte (Emater); da Agência de Fomento do Rio Grande do Norte (AGN); do Comitê da Bacia Hidrográfica do Piancó-Piranhas-Açu (CBH-PPA); e do Núcleo Ambiental do Projeto Governo Cidadão.
Fonte: Governo do Rio Grande do Norte

Nenhum comentário:

Postar um comentário