segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Biólogo e gestor de reserva ecológica vê como equivocada maneira de ocupação de canteiros em Assú

Numa entrevista que concedeu na última semana dentro do programa ‘Panorama do Vale’, o biólogo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, ICMBio, Mauro Guimarães, gestor da Floresta Nacional (FLONA), localizada em Assú, emitiu seu ponto de vista sobre a forma como a prefeitura do Assú permitiu a ocupação de espaços públicos – praças e canteiros – por empreendimentos comerciais.
Esses canteiros centrais têm o papel de direcionar os ventos, harmonizar a cidade, causar sombra e bem estar para a população, melhorar o clima, evitar as ilhas de calor. Em Assú, no ano passado no mês de setembro foi aprovada uma lei que autoriza a construção de 22 quiosques nos canteiros centrais. Quando vi isso tomei um susto muito grande. Alguns desses quiosques foram construídos e outros foram embargados, algumas pessoas sentiram essa agressão e entraram com ação na justiça. Agora, em outros locais como em frente a universidade foram construídos e outros quiosques na praça em frente a Caixa Econômica Federal foram construídos. Do ponto de vista urbanístico é um desastre. Não precisa ser especialista. Os quiosques têm cerca de 70 metros quadrados e não sobrou área para as pessoas andarem no canteiro central. Todo ocupado por área cimentada e por quiosques. Isso é um absurdo”, opinou.
Na interpretação do biólogo, a atitude praticada pela administração municipal se revela totalmente equivocada e na contramão do que vem sendo praticado por outras cidades que buscam se desenvolver corretamente.
O que eu vejo em Assú hoje é uma falta de amor pela cidade a uma grande prevalência do interesse privado sobre o interesse público. Isso é uma coisa que se observa andando em algumas ruas. É mais ou menos o que é a da cultura brasileira. Felizmente cultura pode ser mudada. Eu acredito que no futuro se a gente resolver enfrentar a educação de frente e resolver educar a nossa população a gente possa sair dessa etapa de o meu primeiro e partir para o coletivo primeiro. Uma vida em cidade, uma vida civil tem que ser pautada pelo respeito as coisas públicas”, pontou o biólogo.
Fonte: Rádio Princesa do Vale.

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