As fortes chuvas que atingem parte do Rio Grande do Norte
desde o início deste mês já afetaram a mais de 64,8 mil pessoas em todo o
estado. Ao menos 1.000 pessoas foram desalojadas pela força das águas e tiveram
que se abrigar temporariamente na casa de amigos, parentes, vizinhos ou em
estabelecimentos pagos com seus próprios recursos. Segundo a Defesa Civil
estadual, 156 pessoas que não tinham locais para onde ir foram encaminhadas a
abrigos públicos.
Até o início da tarde desta quinta-feira, uma única morte
em decorrência das chuvas tinha sido confirmada em São José de Mipibu, cidade a
cerca de 40 quilômetros de Natal.
Um dos municípios mais afetados é Parnamirim, na região
metropolitana da capital do estado. Segundo o coordenador da Defesa Civil
municipal, George Bezerra Cunha, cerca de 60 mil pessoas foram, de alguma
forma, afetadas por problemas que vão de interrupções no fornecimento de água e
energia elétrica ao trânsito.
A prefeitura também já contabilizou 321 pessoas desalojadas
e 68 desabrigadas, mas, conforme a secretária adjunta de Serviços Urbanos,
Rarika Bastos, explicou à Agência Brasil, esses números ainda não são
definitivos. Até porque continua chovendo na região, ainda que com menor
intensidade.
Ainda em Parnamirim, há ao menos seis pontos de
alagamentos; a elevação do nível do Rio Pium continua exigindo atenção; uma
ponte sobre o rio teve que ser interditada e há risco de deslizamentos de parte
de uma falésia sobre a qual há algumas moradias. Já foram registrados
transbordamentos em ao menos cinco estações de bombeamento ou lagoas de
captação de água e, na segunda-feira (04), a prefeitura decretou estado de
calamidade pública em toda a cidade.
Em Natal, a prefeitura também decretou estado de calamidade
pública e abriu 100 vagas em abrigos improvisados em escolas municipais para
acolher parte da população afetada. Ao menos 25 famílias tiveram que deixar suas
casas na Rua Mirassol, no bairro Felipe Camarão, onde a força das águas das
chuvas dos últimos dias abriu uma cratera. Lagoas de captação também foram
afetadas.
“Graças a Deus, não tivemos [em Natal] maiores problemas
com bombas e equipamentos. Infelizmente, algumas [lagoas de captação]
transbordaram, mas já estão sendo limpas, bem como as ruas próximas. Também
tivemos problemas com buracos ocasionais em algumas ruas", disse o
secretário municipal de Infraestrutura, Carlson Gomes.
Vizinho a Parnamirim, Nísia Floresta também decretou estado
de calamidade pública. Entre os danos registrados na cidade está o rompimento
da Estação de Tratamento de Esgotos, cujo grande volume de água atingiu ruas e
casas da comunidade Lagoa Azul. No município, moradores da praia de Barreta e
do Pium também foram severamente afetados, a ponto de assistentes sociais terem
ido à comunidade do Pium, hoje, para tentar convencer famílias que se encontram
em situação de risco a deixarem o local.
Os decretos de calamidade pública permitem que os órgãos
públicos locais realizem ações de resposta a desastres naturais, contratando os
serviços e equipamentos necessários à reparação de danos e ao restabelecimento
de serviços essenciais sem a exigência de realizar processo licitatório, desde
que possam ser concluídas no prazo estabelecido.
Em geral, os decretos também autorizam o poder público a
convocar voluntários para reforçar as ações de resposta ao desastre e
realização de campanhas de arrecadação de recursos junto à comunidade, com o objetivo
de facilitar as ações de assistência à população afetada pelo desastre.
Fonte: Agência Brasil
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