O potencial de geração de energia elétrica no Rio Grande do
Norte é um dos principais destaques da economia do estado nos últimos anos.
Somente por energia eólica, o RN tem capacidade produtiva de 6,7 Gigawatts (GW)
segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Muito disso por conta
da localização geográfica, premiada com a passagem dos ventos alísios – importantes
também para a produção salineira – que, segundo o geógrafo Rodolfo Alves Pena,
são deslocamentos de massas de ar quente e úmido que se realizam de forma
concêntrica em direção às áreas de menor pressão atmosférica das zonas
equatoriais do globo terrestre.
E estes ventos que sopram em direção às zonas próximas à
Linha do Equador interferem na economia do estado. Darlan Santos, presidente do
Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia do Rio Grande do Norte
(Cerne) aponta que estes ventos circulam em velocidade constante – média – e na
mesma direção e tornam favoráveis a produção de energia. “Tudo isso impacta na
produção e contribui para que o Rio Grande do Norte seja um bom lugar para a
produção de energia eólica”, explica. Mas o potencial total do estado potiguar
ainda está longe de ter sido totalmente explorado.
O papel do RN tem parcela significativa na geração de
energia eólica no Brasil: o estado é o maior produtor no segmento em todo o
país. Segundo um levantamento da Superintendência de Concessões e Autorizações
de Geração (SGC) da Aneel, são cerca de 37,3 GW de potência outorgada nas 14
unidades da federação que produzem energia por meio dos ventos. Mas, na
prática, os números de potência fiscalizada pela Agência são diferentes do que
o RN é capaz de produzir.
Vale dizer que potência outorgada corresponde àquela
considerada pela Agência no ato de outorga para geração da energia elétrica. Já
a potência fiscalizada corresponde à considerada a partir da operação comercial
realizada pela unidade geradora. Em primeiro lugar, a Bahia tem potencial
outorgado 12,5 GW e o RN fica em segundo com 11,5 GW. No entanto, o Rio Grande
do Norte já gera 6,8 GW – 59% do outorgado – enquanto o estado baiano gera 6
GW.
O número corresponde a quase um terço de toda energia
eólica produzida no país nos 824 empreendimentos já em operação. Em todo o Rio
Grande do Norte, são 350 empreendimentos voltados à produção de energia; destes
222 estão em operação segundo os dados disponibilizados pela SGC. Dos 128 restantes,
50 estão em construção – o correspondente a 1,8 GW – e 78 ainda não tiveram as
obras iniciadas, mas devem gerar 2,9 GW de energia.
Caso sejam consideradas outras fontes de energia como
solar, hídrica, fóssil, biomassa e fóssil, a Aneel outorgou ao Rio Grande do
Norte a geração de 16,3 GW de energia. Mas apenas 7,6 GW são produzidos
atualmente, ou seja, 46,82% da capacidade total do estado. Os empreendimentos
responsáveis por gerar os 53,18% restantes da outorga da agência reguladora
ainda estão em construção ou não tiveram as obras iniciadas até o momento.
NOVA OBRA
O Complexo Oeste Seridó está prestes a ganhar mais um
parque eólico. Na terça, a Elera Renováveis, lançou a pedra fundamental em
Parelhas, cidade que fica aproximadamente 250 km de Natal. De acordo com a
empresa, o empreendimento representa um investimento de R$ 1,5 bilhão na região
e capacidade instalada de geração de 247,5 MW.
A expectativa é de que com a conclusão da Fase 1 das obras
– prevista para 2024 – a quantidade de energia gerada no parque seja suficiente
para abastecer cerca de duas milhões de pessoas evitando a emissão de 740 mil
toneladas de CO2 na atmosfera. Contabilizando obras de outras empresas, estão
previstos outros parques de geração em todo o estado.
Cidades como Angicos, Caiçara do Rio do Vento, Currais
Novos, Fernando Pedroza, Jandaíra, Lagoa Nova, Lajes, Pedra Preta, Pedro
Avelino, Santana do Matos e São Miguel do Gostoso já têm obras em andamento.
Outros municípios como Bodó, Campo Redondo, Equador, Jardim de Angicos, João
Câmara e São Tomé aguardam os primeiros passos para o início das construções de
parques eólicos. Somados aos parques de energia solar, a capacidade máxima das
obras, já concluídas, deve ser de 8,7 GW.
Fonte: Agora RN
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