quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Querem intimidar quem trabalha no combate a corrupção, diz juíza eleitoral

Ao discursar nesta quinta-feira, dia 1º de dezembro na Câmara Municipal do Assú, após a cerimônia oficial de diplomação do prefeito eleito Gustavo Soares (PR) da vice-prefeita eleita Sandra Alves (PMDB) e dos vereadores e suplentes de vereadores eleitos no último dia 02 de outubro a juíza eleitoral Aline Daniele Belém Cordeiro Lucas disse que esse é um dos últimos atos por ela executados na condição de juíza da 29ª Zona Eleitoral sediada em Assú e atuação além da sede sobre as cidades de Ipanguaçu e Itajá uma vez que será substituída.
Na oportunidade a magistrada também fez referência a uma das emendas apresentadas pelos deputados na Câmara em Brasília – DF ao chamado pacote de combate a corrupção. Ela se deteve a mudança que foi feita logo após a aprovação do texto-base do projeto. Um dos pontos mais polêmicos é a emenda apresentada pela bancada do PDT a qual lista uma série de situações em que juízes e promotores poderão ser processados por abuso de autoridade, com pena de seis meses a dois anos de reclusão. A juíza disse que não poderia deixar de fazer referência ao que chamou de aberração jurídica. Após o discurso em entrevista a magistrada externou com mais clareza o seu ponto de vista.
O que se observa é os legisladores agindo em prol de interesses particulares. Deixaram a de lado a missão para a qual se comprometeram que seria identificar e tentar resolver os problemas e anseios da população. Os deputados em Brasília passaram a colocar os interesses privados como os mais importantes”, afirmou.
A emenda apresentada também traz pontos que atingem o Ministério Público. Conforme o texto os membros do Ministério Público, podem estar cometendo abuso de autoridade quando emitirem parecer, quando, por lei, estivessem impedidos ou suspeitos na causa. Como punição a mudança estabelece que sendo aprovada eles estariam proibidos de exercer a advocacia ou qualquer outra função pública, menos dar aula.
O Ministério Público, promotores, os juízes e procuradores todos já têm os meios de controle para eventuais punições em caso de trabalho que não correspondem ao que a lei determina. O que a gente percebe é que querem intimidar quem trabalha no combate a corrupção principalmente porque a maioria dos deputados que são a favor dessa aberração jurídica estão comprometidos em inquéritos que tratam desse tema”, concluiu a magistrada.

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