O preço do gás de cozinha vai subir. A Petrobras, dona de
praticamente 100% do abastecimento do insumo no mercado nacional, prepara um
reajuste que poderá ter impacto no preço final do botijão de gás, produto
presente em 59,5 milhões de residências, ou 96% do total de famílias do País. O
jornal O Estado de S. Paulo apurou que a estatal trabalha nos cálculos finais
para definir o aumento no preço do chamado gás liquefeito de petróleo (GLP), o
popular gás de cozinha, vendido em botijões de 13 quilos. O entendimento é de
que, após vários anos de uma política de subsídio que manteve o preço do gás da
estatal sem aumento, o mercado acabou fazendo seus reajustes por conta própria,
impactando o consumidor final. O histórico dos reajustes mostra que, entre 2003
e 2016, o preço final do gás cobrado pelas revendedoras acumulou reajuste médio
de 89%, saltando de R$ 29,35 para R$ 55,60 o botijão. Neste mesmo período, o
aumento realizado pela estatal foi de apenas 16,4%. Foram 12 anos sem nenhum
reajuste no preço do gás vendido pela Petrobras. Somente em 2015 é que viria o
primeiro aumento pela estatal, de 15%. No mesmo ano, o aumento repassado pelas
revendedoras ao consumidor chegou a 22,6%. No ano passado, a estatal fez um
novo aumento, de 1,4%, ante 2,1% feito pelo mercado. Questionada sobre o
assunto, a Petrobras informou que não iria comentar. A avaliação de técnicos da
empresa é de que é necessário recuperar ao menos uma parte do preço, em razão
da defasagem acumulada nos últimos anos, não apenas com a inflação, mas do próprio
valor praticado pelo mercado. No fim de 2016, a Petrobras já tinha reajustado
em 12,3% o GLP destinado aos usos industrial, comercial e granel às
distribuidoras, mas não mexeu no preço para o consumidor doméstico. Na mesma
época, a estatal aumentou o preço do diesel nas refinarias em 9,5%, em média, e
da gasolina em 8,1%. Para cada botijão de gás vendido no País, cerca 24% do
valor cobrado fica com a Petrobras. Distribuidoras e revendas retêm uma fatia
média de 57%. Outros 15% são consumidos com ICMS e 4% com PIS e Cofins, segundo
dados da estatal. De acordo com dados da empresa Preço do Gás, que divulga
valores do botijão praticados em todo o País, a variação atual de preços do gás
de cozinha chega a mais de 78%, entre R$ 44,90 e R$ 80, na entrega ao cliente. Os
dados se baseiam em informações de mais de 400 revendedores cadastrados. O
valor mais barato foi encontrado no Espírito Santo, enquanto o mais caro é
cobrado em Mato Grosso. Conteúdo extraído do portal R7.com
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