quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Aneel cria nova bandeira tarifária, e conta de luz fica ainda mais cara

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta terça-feira (31) a criação de uma nova bandeira tarifária na conta de luz, chamada de bandeira de escassez hídrica. A taxa extra será de R $ 14,20 para cada 100 kilowatt-hora (KWh) consumidos e já entra em vigor a partir de 1º de setembro, permanecendo vigente até abril do ano que vem.
O novo patamar representa um aumento de R $ 4,71, cerca de 50%, em relação à bandeira vermelha patamar 2, até então o maior patamar, no valor R $ 9,49 por 100 kWh.
A decisão foi tomada em meio à crise hidrológica que afeta o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas, a principal fonte geradora de energia elétrica no país. De acordo com o governo federal, é a pior seca em 91 anos. Com as hidrelétricas operando no limite, é preciso aumentar a geração de energia elétrica por meio de usinas termoelétricas, que têm custo mais alto.
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, garantiu que as medidas são suficientes para garantir a oferta.
"Nós trabalhamos para ter uma oferta suficiente para a demanda de todas as unidades consumidoras no país. Estamos presenciando a maior seca que o país, o Brasil, já passou. E isso com reflexos na capacidade dos nossos reservatórios das usinas hidrelétricas", afirmou durante coletiva de imprensa para anunciar como novas medidas, em Brasília.
Ainda de acordo com o ministro, as medidas que são adotadas até agora estão surtindo o efeito, mas a situação ainda está longe da normalidade.
"Nós estamos em condições melhores do que independentemente no início do mês de agosto. E isso mostra que as medidas estão surtindo efeito, mas ainda não nos levam a uma situação de normalidade ou mesmo de conforto, por isso que nós estamos adotando todas essas demandas".
Segundo a Aneel, mesmo com o reajuste recente das bandeiras tarifárias, incluindo a criação do patamar 2 da bandeira vermelha, em junho, uma arrecadação extra para custear o aumento da geração de energia segue insuficiente. O déficit na conta de bandeiras tarifárias está em R $ 5,2 bilhões. Além disso, o Brasil importa importar energia de países, ao custo de R $ 8,6 bilhões.
"Nós temos que ter uma geração adicional para enfrentar a escassez hídrica. Nessa geração adicional está contemplada a importação de energia da Argentina e do Uruguai, geração termoelétrica adicional", explicou André Pepitone, diretor-geral da Aneel, em coletiva de imprensa para anunciar como novas medidas.
Todos os consumidores do mercado cativo das distribuidoras de energia elétrica serão abrangidos pela nova bandeira tarifária, com exceção dos moradores de Roraima, único estado que não está interligado ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e das cerca de 12 milhões de famílias inscritas no programa Tarifa Social de Energia Elétrica.
Segundo a Aneel, como a tarifa média da conta é R $ 60 reais a cada a 100 KWh, executada em uma conta final de R $ 69,49, no caso da incidência da bandeira vermelha patamar 2 (R $ 9,49), o valor da conta de luz com a nova bandeira de escassez hídrica ficará, em média, 6,78% mais cara, chegando a R $ 74,20 (R $ 60 de tarifa média + taxa extra de R $ 14,20 da nova tarifa).
Redução voluntária
O Ministério de Minas e Energia também deu mais detalhes sobre o Programa de Redução Voluntária de energia elétrica, voltado para os chamados consumidores regulados, que incluem empresas. 
O governo vai pagar um prêmio de R $ 50 por 100 kWh reduzido. O patamar de redução é de no mínimo 10%, limitado a 20%. A expectativa da massa é obter uma redução média de 15% do consumo. Se isso expectativa, expectativa é reduzir a demanda de energia em 914 megawatt hora (mWh) médio, volume de energia suficiente para atender 4 milhões de domicílios e que representa cerca de 1,41% da carga do Sistema Interligado Nacional. O programa vai perdurar até o final do ano que vem.
Os cidadãos de baixa renda inscritos na tarifa social também podem participar do Programa de Incentivo à Redução Voluntária do consumo de energia.
* Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil

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