sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Rio Grande do Norte avalia desobrigar uso de máscaras em dezembro

O uso de máscaras como medida de proteção contra a Covid-19 pode estar com os dias contados no Rio Grande do Norte. Uma previsão da Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN (Sesap) aponta que, caso o Estado chegue a marca de 70% da população completamente vacinada com as duas doses, poderá se cogitar a liberação do uso da máscara. Atualmente, o Estado possui 50% dos norte-riograndenses imunizados. 
Temos visto que um patamar de 70% já é satisfatório para se ter a pandemia sob controle e estimamos que até dezembro deveremos chegar esse patamar. E a gente pode estar analisando melhor alguma recomendação ou diretriz sobre o uso da máscara”, explica o secretário de saúde do Rio Grande do Norte, Cipriano Maia. 
O titular da Sesap reforçou ainda que essas questões se tratam de projeções e que isso ainda depende de uma série de avaliações e decisões do comitê científico do Estado, área de vigilância sanitária, bem como analisar experiências de outros estados. Ainda não há relatos de outras unidades federativas desobrigando o uso da máscara. 
Sabemos da importância do uso da máscara, principalmente com a retomada dos eventos, aglomerações, dos contatos interpessoais. É um instrumento de proteção e creio que veio para ficar, porque nós deveremos reduzir, mesmo quando anunciarmos uma medida dessas, de forma progressiva, com ambientes abertos para depois irmos para os ambientes fechados”, acrescenta o secretário. 
O uso obrigatório de máscaras no Rio Grande do Norte é obrigatório desde o dia 07 de maio de 2020. À época, o decreto assinado pela governadora Fátima Bezerra (PT) estipulava uma multa de R$ 50 mil em caso de descumprimento. Algumas cidades potiguares já haviam editado decretos municipais para obrigar a utilização de máscaras em situações específicas. Foi o caso de Natal, que desde 30 de abril obrigou o uso de máscaras em lojas e transportes públicos. 
Na avaliação do imunologista do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da UFRN (LAIS/UFRN), Leonardo Lima, não existe um “número mágico” para se determinar o momento certo para se desobrigar o uso da máscara.
A gente sabe que a cobertura de 70%, 80% é o que conhecemos para as outras infecções virais, respiratórias, é quando conseguimos controlar com mais efetividade a disseminação da infecção. Precisamos continuar avançando. Talvez com 70% tenhamos uma segurança para fazer os testes, ir tirando a máscara em parques, por exemplo. E não é obrigado a não usar. É ela poder não usar no ambiente”, comenta. 
O Rio Grande do Norte tem, até esta quinta-feira, 2.310.008 pessoas vacinadas com a 1ª dose das vacinas Coronavac, Pfizer ou Astrazeneca. Deste total, 1.344.261 já receberam a 2ª dose. No total, são 1.344.261 completamente imunizados, o que representa 50% da população vacinável Estado.
O Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos anunciou em abril que pessoas com vacinação completa podem deixar de usar máscara na maioria dos lugares, com exceção de hospitais, transporte público e prisões. 
Em junho, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a anunciar que iria baixar um decreto desobrigando o uso da máscara para pessoas já vacinadas ou que já foram contaminados com a Covid-19. 
Sesap não vai comprar Coronavac do Butantan
Um dia após o Governo do Ceará e outros quatro estados brasileiros fecharem uma compra de 2,5 milhões de doses da vacina CoronaVac com o Instituto Butantan, do Governo de São Paulo, o secretário de saúde do RN, Cipriano Maia, informou que não está na prioridade da pasta a compra dos imunizantes.
No momento não está no planejamento da pasta”, explica o secretário de saúde, Cipriano Maia. 
Temos um posicionamento que é reforçar o PNI. Toda a negociação sobre a Sputnik era que ela fosse incorporada ao PNI e que o Ministério da Saúde deveria honrar com custos e aquisições, porque essa é a lógica do SUS. Não é a lógica do SUS estarmos fazendo leilão entre estados e municípios para comprar vacina. Mas não tiro a razão dos governadores pela omissão ou incapacidade do MS de liderar o processo”, acrescenta. 
No ano passado, em dezembro, a governadora Fátima Bezerra (PT) disse que o Estado já assinou um protocolo de intenções com o Instituto Butantan, para aquisição da vacina CoronaVac. À época, o governo não chegou a divulgar quantidades e valores das doses que deverão ser compradas.
O Butantan começou a entregar na última quarta-feira (22) lotes de vacinas da CoronaVac diretamente para cinco estados no Brasil. Os acordos foram firmados após o Instituto concluir o envio de 100 milhões de doses previstas em dois contratos com o Ministério da Saúde.
Segundo o governador João Doria (PSDB), serão enviados neste primeiro momento um total de 2,5 milhões de doses para os estados do Ceará, Espírito Santo, Pará, Piauí e Mato Grosso.
Fonte: Tribuna do Norte

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