O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e a ministra
da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, lançaram, nesta
terça-feira, em Brasília, campanha de valorização da vida e de combate à
depressão. Com o conceito Se liga! Dê um like na vida, a campanha tem o
objetivo de estimular o jovem a compartilhar momentos com a família e amigos,
conversar mais, fortalecendo a importância do diálogo e desmistificando a vida
virtual. A iniciativa também reforça a necessidade de ficar atento aos sintomas
da depressão e de buscar ajuda.
“Essa campanha é
pensada para internet, rádio e televisão, e aciona todos que estão próximos dos
jovens: escola, família e Centros de Atenção Psicossocial (Caps). A depressão
muitas vezes é vista como excesso de drama e esse estigma é amplificado nas
redes sociais, ambiente onde as pessoas estão sempre sorrindo, sem revelar seus
dramas pessoais. Por isso, precisamos trazer as pessoas para o mundo real e
falar de saúde mental. A saúde mental será o principal agravo que vai levar as
pessoas às unidades de saúde nas próximas décadas”, explicou o ministro
Luiz Henrique Mandetta. Ele destacou ainda que a pasta investe cerca de R$ 500
milhões por ano para a expansão da Rede de Atenção Psicossocial (Raps). Para a
ministra Damares, o foco aos jovens é um diferencial da campanha.
“Fico feliz com a
parceria do Ministério da Saúde no combate à depressão e à violência
autoprovocada. O ministro já havia manifestado atenção à saúde mental dos povos
indígenas e agora em relação aos jovens”, disse.
Entre 2015 e 2018, o Sistema Único de Saúde (SUS)
registrou aumento de 52% nos atendimentos ambulatorial e de internação
relacionados à depressão, passando de 79.654 para 121.341 procedimentos. Na
faixa etária de 15 a 29 anos, público-alvo da campanha, o aumento foi de 115%
no mesmo período, evoluindo de 12.698 para 27.363 procedimentos. Esses
crescimentos podem ser consequência de uma maior procura das pessoas por
assistência ou do aumento de casos na população. No Brasil, estima-se
que 14,1 milhões de pessoas apresentem diagnóstico de transtornos ou
sofrimentos mentais, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013, do
Ministério da Saúde. O levantamento também aponta que 7,6% dos brasileiros de
18 anos ou mais receberam diagnóstico de depressão por profissional de saúde
mental. No mundo, nos últimos 10 anos, o número de pessoas com depressão
aumentou 18,4%, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A depressão é um
transtorno mental caracterizado por tristeza persistente e pela perda de
interesse em atividades normalmente prazerosas. Entre os maiores obstáculos
para o tratamento está o estigma social associado aos transtornos mentais. Esse
fator pode contribuir para formas graves da depressão, como risco de morte. O
filme da campanha Se liga! Dê um like na vida será veiculado de 17 de setembro
a 1º de outubro em cinemas e na internet. Também foram produzidas peças
publicitárias para spot, dooh (digital out of home), outdoor, busdoor e cartaz.
A assistência às pessoas com transtornos mentais acontece de forma integral no
SUS, conforme a necessidade de cada caso. Entre os serviços de referência para
acompanhamento estão as 43 mil Unidades de Saúde da Família (USF), na Atenção
Primária, que atendem 63% da população. Já os 2.594 Centros de Atenção
Psicossocial (Caps) ofertam acolhimento à pessoa em sofrimento e seus
familiares. Nesses serviços o cidadão é atendido e, caso seja necessário, é
encaminhado para outro serviço especializado da Rede de Atenção Psicossocial
(Raps). Em 2018, foram 3,3 milhões de atendimentos em geral nos Caps; neste
ano, já foram habilitados 12 novos Caps. A estratégia é ampliar o número dessas
unidades nas áreas de maior risco.
Atualmente, a Rede também conta com 633 residências
terapêuticas; 61 Unidades de Acolhimento (adulto e infantojuvenil); 1.505
leitos de saúde mental em hospitais gerais; 17 equipes multiprofissionais de
atenção especializada em saúde mental; e 152 Consultórios na Rua.
O Ministério da Saúde tem investido cada vez mais nas
expansão e qualificação dos serviços. Em 2017, o orçamento para Saúde Mental
foi de cerca de R$ 1,3 bilhão. Em 2018, foi de R$ 1,5 bilhão. E, para este ano,
a previsão orçamentária é de R$ 1,6 bilhão.
Por Tinna Oliveira, da Agência Saúde
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