A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) divulgou
nesta segunda-feira (14), o mais recente boletim epidemiológico das arboviroses
no Rio Grande do Norte, referente ao período compreendido entre a Semana
Epidemiológica (SE) 1 até a 20, encerrada em 22 de maio de 2021.
Segundo o boletim, foram notificados 2.145 casos
suspeitos de dengue no RN, dos quais foram confirmados 311 casos, 796
descartados e considerados casos prováveis 1.349. Nesse período, foi observada
uma incidência de 38,46 casos prováveis por 100.000 habitantes. Em 2020, no
mesmo período epidemiológico, foram notificados 6.381 casos, sendo confirmados
1.599, descartados 3.021, considerados casos prováveis 3.360, com uma
incidência de 95,81 casos prováveis por 100.000 habitantes. Houve, então, uma
redução nos números da dengue de 2020 para 2021, comparando-se os mesmos
períodos epidemiológicos.
Diante da análise dos dados, a quinta região do estado
está com a situação preocupante, principalmente os municípios que fazem limite
com o município de Santa Cruz. “Estamos fazendo operações nessa região para
tentar freiar o número de casos. Atuamos junto aos municípios de Coronel
Ezequiel, São Bento do Trairí e estamos fazendo operação nesse momento em Bom
Jesus com prevenção e orientação à população”, ressalta Débora Mayara - Coordenadora
do Núcleo de Arboviroses.
Outro ponto crítico é o encerramento dos casos nos
municípios.
“Muitos municípios
não estão investigando, o que ressalta o número alto de notificações, porém sem
confirmações. A Sesap está com equipe, junto à gestão dos municípios para que
possam prosseguir nas investigações e possamos ter os números efetivos do
número de casos e assim atuar de forma mais contundente contra as arboviroses”,
disse a coordenadora.
Quanto à distribuição no estado, foi constatada a
incidência de dengue em todas as regiões do RN, estando as maiores taxas na V
Região de Saúde, especificamente nos municípios de Santa Cruz e São Bento do
Trairi. A comparação dos casos prováveis de dengue, considerado a faixa etária,
no período da Semana Epidemiológica 1 a 20 dos anos de 2020 e 2021, mostra que
a maioria deles se concentra em adultos a partir dos 20 anos de idade.
Com relação à comparação dos casos prováveis de dengue,
considerando o sexo, no período da SE 1 a 20 dos anos 2020 e 2021, o boletim
aponta que o sexo feminino apresentou um diferencial a mais na concentração dos
casos, principalmente no ano 2021. No que diz respeitos aos óbitos, nesse
período epidemiológico, foi confirmado 1 óbito por dengue em 2021, enquanto que
em 2020, 5 óbitos foram confirmados.
Chikungunya
Foram notificados no RN, até a Semana Epidemiológica 20,
2.204 casos da doença, sendo confirmados 155, descartados 236, sendo
considerados casos prováveis 1.968. Nesse período, o RN apresentou uma
incidência 56,12 casos prováveis por 100.000 habitantes. Em 2020, no mesmo
período epidemiológico, foram notificados 2.459 casos, sendo confirmados 1.203,
descartados 641, casos prováveis 1.818, com uma incidência de 51,84 casos prováveis
por 100.000 habitantes.
Assim como ocorreu com a dengue, foi observada uma grande
concentração da incidência de chikungunya na V Região de Saúde, estando as
maiores incidências nos municípios de Santa Cruz (3.896.76 casos/100.0000
habitantes) e São Bento do Trairi (1.371,09 casos/100.000 habitantes).
A comparação dos casos prováveis de chikungunya,
considerado a faixa etária e o sexo, nas semanas epidemiológicas de 1 a 20 dos
anos de 2020 e 2021, mostra o crescimento nas notificações de casos em pessoas
a partir de 35 anos de idade e do sexo feminino. Quanto aos óbitos, nesse período
epidemiológico, não foi confirmado nenhum óbito por chikungunya em 2021,
enquanto que em 2020, 1 óbito foi confirmado.
Zika vírus
No Rio Grande do Norte, em 2021 da semana epidemiológica
01 a 20, foram notificados 116 casos de Zika, sendo confirmados 17, descartados
36 e considerados casos prováveis 80. Nesse período a incidência foi de 2,28
casos prováveis por 100.000 habitantes. Em 2020, no mesmo período
epidemiológico, foram notificados 423 casos, sendo confirmados 58, descartados
274, 149 casos prováveis, apresentando uma incidência de 4,25 casos prováveis
por 100.000 habitantes.
A distribuição espacial da incidência de Zika por
município de residência e Região de Saúde, no período analisado, ocorreu de
forma heterogênea, no entanto, o município de Santa Cruz na V Região de Saúde
concentra a mais alta incidência do RN.
Comparação 2020 e 2021
A comparação dos casos prováveis de Zika, considerado a
faixa etária, nas semanas epidemiológicas de 1 a 20 dos anos 2020 e 2021 mostra
que, apesar do ano 2021 apresentar um menor número de casos, a faixa etária de
adultos entre 20 a 34 anos apresenta uma maior concentração de doentes com
Zika, acometendo, com maior prevalência, as pessoas do sexo feminino.
O quantitativo de casos de Zika em mulheres em idade
fértil é fator de preocupação, principalmente se ocorrer em gestantes, devido à
capacidade do Zika Vírus provocar microcefalia ou alterações no sistema nervoso
central do feto gestado. No RN, até a Semana Epidemiológica 20 de 2021, foram
notificados 34 casos de gestantes com Zika, dos quais 30 foram registrados em
Santa Cruz.
Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti
Em abril foi realizado o 1º Levantamento de Índice Rápido
para Aedes aegypti (LIRA a-LIA) deste ano no RN, com o seguinte resultado 9
municípios se encontram em situação satisfatória, 48 municípios em situação de
alerta, 72 municípios em situação de risco e 38 municípios, sem Informação.
Prevenção
A Sesap alerta para os cuidados necessários para evitar a
proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissores das arboviroses, já que a
população desempenha um papel primordial no controle vetorial. São eles:
Mantenham os quintais livres de possíveis criadouros do
mosquito;
Esfreguem com bucha as vasilhas ou reservatórios de água
de seus animais;
Não coloquem lixo em terrenos baldios;
Mantenham as caixas d´água sempre tampadas;
Observem vasos e pratos de plantas que acumulam água
parada;
Observem locais que possam acumular água parada como:
bandeja de bebedouros e de geladeiras, ralos, pias e vasos sanitários sem uso;
Recebam a visita do agente de endemias, aproveitando a
oportunidade para tirar possíveis dúvidas;
Mantenham em local coberto, pneus inservíveis e outros objetos
que possam acumular água.
Acesse aqui o último boletim epidemiológico das
arboviroses no RN.
Fonte: Sesap/RN
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