As chuvas, de janeiro à julho de 2021, estão 35,7% abaixo
do esperado no Rio Grande do Norte, conforme análise da Unidade Instrumental de
Meteorologia da Empresa de Pesquisa do Rio Grande do Norte (EMPARN). O volume
médio acumulado de chuvas foi de 477,7 milímetros (mm) enquanto que o esperado
para o período era de 761,4 mm.
“Embora o ano tenha começado com a presença do fenômeno
La Niña no Oceano Pacífico- condição favorável para a ocorrência de chuvas
dentro na normalidade, o aquecimento das águas na bacia tropical Norte e o
esfriamento acima do normal na bacia tropical Sul, manteve os ventos alísios de
sudeste mais fortes do que o normal, dificultando a atuação da Zona de
Convergência Intertropical (ZCIT), principal sistema meteorológico causador de
chuvas no Nordeste no período de fevereiro a maio”, analisou o
meteorologista, chefe da unidade, Gilmar Bristot.
A região Oeste choveu 19,2% abaixo do esperado, de acordo
com Bristot é a única região que apresentou uma certa regularidade na
ocorrência de chuvas neste período.
“Algumas localidades da região do Alto Oeste como os
municípios de Pau dos Ferros, Rafael Fernandes, Itaú e outros apresentaram
normalidade no volume de chuvas”, disse.
No período, na região Leste choveu 533,8 mm, enquanto que o
esperado era 1074,4 mm; na região Central foram observados 402,3 mm porém o
esperado era de 591 mm e na região Agreste choveu apenas 371,7 mm e o esperado
era 634,2 mm.
Balanço das chuvas de julho
As chuvas no mês de julho de 2021 ficaram 78,3% abaixo do
esperado no estado. O volume médio esperado para todo território potiguar era
de 78,2 mm, porém foram registrados apenas 18,3 mm.
“Os maiores volumes de chuvas ocorreram na região leste.
De modo geral, observou-se a predominância de chuva acumulada abaixo de 20 mm em
praticamente todo o interior do Estado”, comentou o chefe da Unidade,
Gilmar Bristot.
Em todas as regiões do RN os acumulados registrados ficaram
abaixo do esperado. Na região Oeste, a equipe observou volume médio de 8,5 mm,
enquanto que o esperado era de 27,4 mm, na região Central, o volume registrado
foi de 4,5 mm e o esperado era 26,9 mm. Já no Agreste, 6,9 mm enquanto que o
esperado era de 81,7 mm e no Leste o volume médio observado foi de 53,3 mm, e o
esperado era 176,8 mm.
De acordo com Bristot, esse cenário é decorrente da atuação
do sistema de brisa, principalmente na região metropolitana da Grande Natal e
litoral Sul.
“A predominância de vento soprando da direção sul, frio
e seco, dificultou na presença de instabilidades de origem oceânicas, comuns de
acontecerem nesta época do ano sobre a região Leste do Nordeste”, disse.
Fonte: EMPARN
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