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A Organização Mundial da Saúde (OMS) espera que centenas
de milhões de doses de uma vacina contra o novo coronavírus possam ser
produzidas ainda neste ano e outros 2 bilhões de doses até o fim do ano que
vem, afirmou nesta quinta-feira (18) a cientista-chefe da organização, Soumya
Swaminathan. A OMS elabora um planos para ajudar a decidir quem deveria receber
as primeiras doses quando uma vacina for aprovada, afirmou a cientista. A
prioridade seria dada a profissionais da linha de frente, como médicos, pessoas
vulneráveis por causa da idade ou outra doença e a quem trabalha ou mora em
locais de alta transmissão, como prisões e casas de repouso.
“Estou esperançosa,
estou otimista. Mas o desenvolvimento de vacinas é uma empreitada complexa,
envolve muita incerteza”, disse ela.
“O bom é que temos
muitas vacinas e plataformas, então, se a primeira fracassar ou se a segunda
fracassar, não deveríamos perder a esperança, não deveríamos desistir”.
Cerca de dez imunizantes em potencial estão sendo testados
em humanos, na esperança de que um possa se tornar disponível nos próximos meses
para prevenir a infecção da Covid-19. Países já começaram a fazer acordo com
empresas farmacêuticas para encomendar doses antes mesmo de se provar que
alguma funciona. Soumya descreveu o desejo por milhões de doses de uma vacina
ainda neste ano como otimista, acrescentando que a esperança de até 2 bilhões
de doses de até três vacinas diferentes no ano que vem é um “grande se”.
Sem mutação
A cientista afirmou que os dados de análise genética
coletados até agora mostraram que o novo coronavírus ainda não passou por
nenhuma mutação que alteraria a gravidade da doença que causa.
A Agência Europeia de Medicamentos estimou em maio, sendo
“otimista”, que uma vacina poderia
estar pronta em um ano. No mesmo período, a OMS ainda falava em 18 meses.
Mas muitos países já esperam desenvolvimentos até o fim
do ano, até para evitar uma segunda onda da epidemia com a chegada do inverno
no Hemisfério Norte. Assim, os Estados Unidos esperam distribuir 300 milhões de
doses em janeiro de 2021, por meio de projetos de financiamento a laboratórios.
No caso, a intenção também é dar prioridade a idosos, cidadãos com histórico
médico e trabalhadores essenciais.
Na China, a empresa farmacêutica estatal Sinopharm, que
atualmente prepara duas vacinas em potencial, espera lançá-las no mercado até o
início de 2021. Na Europa, onde vários projetos estão em andamento, esses
prazos também estão em queda. Alemanha França, Itália e Holanda assinaram um
acordo com a AstraZeneca para fornecer à UE 300 milhões de doses. Grupos
farmacêuticos repetem que as vacinas serão vendidas a um preço acessível, e
mesmo a preço de custo. A AstraZeneca prometeu “não lucrar nada” segundo o presidente Olivier Nataf, que estima um
preço de 2 euros (US$ 2,24 ) por dose. (Com agências internacionais).
Conteúdo Estadão
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