Sopra um vento forte no Rio Grande do Norte, que transforma
o tempo, que traz alegria. Vento diferente que faz o meu povo sonhar de novo,
como há muito não se via… A música iniciada com esses versos ainda permanece
viva no consciente de muitos potiguares e embalou uma das campanhas políticas
mais disputadas do Estado. Em 1986, Geraldo Melo foi eleito governador batendo
o trio “João, Lavô e Jajá”. E seu nome ressurge forte em 2018, talvez até para
tentar ocupar a cadeira de Robinson Faria. O “Tamborete”, como é chamado
carinhosamente por seus eleitores, ressurgiu nos últimos meses no cenário
político. Trocou o então PMDB pelo PSDB. Tem falado sobre a possibilidade de
ser candidato a senador, cargo que exerceu entre 1995 e 2003, mas existe um
movimento nos bastidores que defende seu retorno ao comando do Executivo
Estadual. Orador dos mais talentosos, Geraldo Melo fala pausadamente. Usa
vírgulas e pontos no momento certo. Questiona sem agredir. É um excelente
contador de histórias, até porque participou de alguns dos fatos mais
importantes da recente política brasileira, ao lado de nomes como Tancredo
Neves, Ulysses Guimarães e Aluizio Alves.
Potiguar de Campo Grande, empresário, foi secretário
estadual, vice-governador, governador, vice-presidente do Senado e senador.
Sua última disputa foi em 2006, quando candidatou-se ao
Senado, pelo PSDB, e terminou em terceiro lugar, ficando Rosalba Ciarlini em
primeiro e Fernando Bezerra em segundo. Desde então, um dos políticos mais
respeitados do Estado mergulhou por um longo período e emergiu levantando a
poeira das estradas, viajando pelo interior, participando de reuniões, ouvindo
mais que falando, concedendo entrevistas. Admite que seu nome está à disposição
para uma candidatura ao Senado.
Fontes ouvidas pelo Portal Aqui RN, que preferem não se
identificar até porque algumas são, teoricamente, adversárias de Geraldo Melo,
revelam a existência de uma corrente favorável à sua candidatura ao Governo do
Rio Grande do Norte. Alguns dos argumentos: ele tem uma experiência
incontestável, é ficha limpa, fala bem, impõe respeito, nunca esteve envolvido
em escândalos e teria entre suas principais bandeiras da campanha a defesa da
recuperação financeira do Estado, gestão moderna da máquina pública e a
implementação de um programa de Segurança Pública eficiente, com o objetivo de
devolver aos potiguares, pelo menos, o direito de circular pelas ruas longe dos
ataques criminosos, que hoje aterrorizam todo mundo. “No tempo de Geraldo Melo
governador, o povo podia dormir com as portas das casas abertas”, lembra uma
fonte.
Sem adversários à altura
Geraldo Melo candidato ao Senado concorreria,
principalmente, com Garibaldi Alves Filho, José Agripino Maia e, provavelmente,
Zenaide Maia.
Garibaldi, o “Gari”, “dono de um milhão de votos”, é
populista, manhoso, cara de bom moço, articuladíssimo, ex-governador, bem
relacionado e, embora enfrente denúncias de corrupção passiva e lavagem de
dinheiro na Operação Lava-Jato, aparece como primeiro nas intenções de voto
para continuar no mandato.
José Agripino, “Jajá”, foi até pouco tempo presidente do
Democratas. Homem de livre acesso aos principais gabinetes do Governo Federal,
também ex-governador, assim como o colega Garibaldi é investigado pela Operação
Lava-Jato e, segundo comenta-se na Assembleia Legislativa do RN, está ameaçado
por Zenaide Maia, deputada federal que recebe o apoio da senadora Fátima
Bezerra, do PT.
Analistas políticos acreditam que a luta pelo Senado seria
mais difícil, mas são quase unânimes em afirmar que Geraldo não teria “maiores
dificuldades” na disputa pelo Governo, pois enfrentaria, pelo nomes postos até
agora como pré-candidatos: Robinson Faria (governador que atrasa salários, não
cumpriu a promessa de melhorar a segurança, enfrenta ira dos servidores
públicos), Fábio Dantas (vice-governador que rompeu politicamente com Robinson
Faria há poucos dias e passou a condenar a gestão da qual fez parte e defendia
com unhas e dentes), Carlos Eduardo Alves (renunciou ao cargo de prefeito de
Natal, contrariando o que havia dito aos eleitores, e está na mira de denúncias
que prometem abalar as estruturas de sua gestão, com ilegalidades que teriam
partido da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos), Fátima Bezerra (senadora
do PT, com atuação na área da Educação, mas que tem sido alvo de críticas por
gritar nos quatro cantos que o ex-presidente Lula é inocente e está sendo
vítima de perseguição, enquanto as investigações da Policia Federal e do
Ministério Público Federal afirmam exatamente o contrário, tanto que ele está
atrás das grades há quase um mês) e Clorisa Linhares (vereadora da cidade de
Grossos, ligada ao deputado estadual Kelps Lima, do Solidariedade, que vai
precisa de muito trabalho para chegar a ser, pelo menos, conhecida em todo o
Estado).
Geraldo Melo também contaria com o apoio de oito deputados
estaduais – dos 24 -, todos do seu partido, incluindo o presidente Casa,
Ezequiel Ferreira de Souza, “queridinho” de dezenas de prefeitos e vereadores
do RN, pela posição que ocupa e pelo bom articulador que é.
O slogan da vitoriosa campanha de 1986 foi “Novos Ventos,
Novos Tempos”. Embora não admita que poderia disputar o Governo do Rio Grande
do Norte, 32 anos depois, Geraldo Melo, como bem sabem seus amigos, não é homem
de fugir dos desafios.
“Tem um grupo de empresários, universitários, lideranças
políticas e comunitárias, comunicadores, dispostos a ir para as ruas e redes
sociais defender o nome de Geraldo como candidato a governador. Desses que se
apresentam como pré-candidatos ao Governo, nenhum é capaz de superá-lo, nem
mesmo em um debate”, revela um tradicional político potiguar.
Fonte: Portal Aqui RN
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