De janeiro a março de 2020, o Rio Grande do Norte deverá
registrar ocorrência de chuvas dentro da média histórica. A previsão foi
discutida durante encontro climático com meteorologistas do Nordeste realizado
na última terça (17), em Campina Grande/PB, onde os especialistas fizeram a
primeira previsão climática para 2020 para a região. As condições oceânicas e atmosféricas indicam
uma configuração de neutralidade com relação ao fenômeno El Niño, na região
equatorial do Oceano Pacífico. Para o RN, de janeiro a março de 2020, o chefe
da Unidade Instrumental de Meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do
RN (EMPARN), Gilmar Bristot, que participou da reunião, explica que a atual
configuração oceânico-atmosférica global, bem como os modelos de previsão climática,
dinâmicos e estatísticos, “indicam a
tendência das chuvas ocorrerem dentro da média histórica na região semiárida
potiguar, incluindo aí as regiões Oeste, Seridó, Central e Agreste do estado”.
Em termos numéricos, estima-se que os totais pluviométricos
acumulados no período de janeiro a março deverão oscilar próximo à média
histórica, de acordo com a seguinte descrição: no Oeste, 390,7 milímetros (mm);
Região Central, 307,0mm; Agreste, 234,8mm e Leste 319,0mm. Segundo Bristot, nos
meses de janeiro e fevereiro é normal ocorrer maior variabilidade temporal e
especial das chuvas, com prováveis eventos significativos como chuvas fortes em
determinadas áreas, devido aos tipos de sistemas meteorológicos atuantes, como
por exemplo os Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis (VCAN), sobre o Nordeste do
Brasil. Sendo assim, adianta Bristot, “é
de fundamental importância o contínuo monitoramento das condições oceânicas e
atmosféricas globais e o acompanhamento das previsões do diária e semanais”.
Os meteorologistas destacaram ainda, na análise geral,
que o Oceano Pacífico vem apresentando anomalias de Temperatura e Superfície do
Mar (TSM) em média, oscilantes entre -0,39ºC adjacente à costa peruana e 0,49ºC
e 0,64ºC no Pacífico Central e Oeste,
respectivamente. O Oceano Pacífico vem apresentando esse comportamento sem um
padrão definido com a tendência de que as condições de neutralidade se
mantenham durante os próximos meses. Por outro lado, segundo os
meteorologistas, a bacia do Oceano Atlântico, que representa um importante
condicionante na ocorrência de chuvas no semiárido nordestino, mostra extensa
área com anomalias positivas de TSM, desde a costa africana até o litoral
nordestino.
Fonte: EMPARN
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