Em meio à crise econômica que atingiu o Brasil nos últimos
anos, temas relacionados ao desemprego têm se tornando centrais quando o
assunto é a recuperação econômica. Só no estado do Rio Grande do Norte, foram
mais de 5.000 vagas de emprego fechadas nos cinco primeiros meses deste ano, de
acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). O
levantamento mostrou que foram mais de 56 mil admissões e mais de 60 mil
demissões no estado de janeiro a maio deste ano. O setor de indústria de
transformação foi o que mais perdeu vagas, com 1.800 postos de trabalho a
menos. O economista Antônio Carlos Alves explica que a demissão no setor é a
última escolha.
“No caso da indústria
de transformação, temos que levar em consideração que empresa só demite seus
funcionários quando ela não tem outra alternativa. Por quê? Porque ela investiu
pesado na formação e treinamento desse funcionário, então é um capital humano
que, ao demitir ela perde, e no futuro quando a economia retornar o
crescimento, e a economia vai retomar em algum momento, ela vai ter que
reinvestir na formação de nova mão de obra. Então, para ela não é interessante
investir, mas dada a situação da economia, ela não tem outra alternativa a não
ser demitir. Então você percebe que é um conjunto de fatores que acaba
impactando negativamente a performance no mercado de trabalho”.
Outro setor com saldo negativo, é a área de comércio. No
acumulado de 12 meses, o setor abriu 268 novos postos de trabalho, mas de
janeiro a maio deste ano fechou mais de 1.500 vagas no estado. Segundo o
economista, esse fator é explicado por conta da sazonalidade, sendo que final
de ano o comércio contrata muito mais por conta de festas de final de ano. Com
um saldo positivo, o setor de construção civil apresenta mais de 700 novas
vagas no Rio Grande do Norte, de janeiro a maio deste ano. O pré-candidato ao
Palácio do Planalto pelo MDB, Henrique Meirelles, afirmou em coletiva na
capital que a criação de emprego é uma de suas prioridades.
“Eu me dediquei dois
anos a tirar o Brasil do colapso, então não é uma continuidade, é mais do que
isso. Isso é trabalho concreto, resultado concreto mostrado para população.
Então, o que nós vamos fazer é ampliar a melhora, fazer com que esse
crescimento de empregos continue. Porque o Brasil ainda tem muitos
desempregados, o governo anterior criou 14 milhões de desempregados no Brasil.
Mesmo que nós já tenhamos criado dois milhões de emprego no Brasil, ainda é
pouco dentro desse vasto número de desempregados que o Brasil tem. Então, temos
que criar emprego rigorosamente nos próximos anos”.
Já no Brasil, de acordo os dados divulgados pela IBGE, mais
de 13 milhões de brasileiros estão desempregados. A taxa ficou abaixo da
registrada no trimestre terminado em abril, quando o índice foi de 12,9%, e
também em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, quando estava em
13,3%.
Fonte: Agência do Rádio
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