sexta-feira, 19 de outubro de 2018

“Alguns nos procuram e entregam as chaves”, diz gerente da Caixa em Assú sobre quem devolve casas por não ter mais como pagar

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Com a alta inadimplência nos financiamentos imobiliários, provocada pela crise econômica, o número de imóveis retomados pelos bancos disparou nos últimos anos em todo o país. De acordo com notícia publicada na página eletrônica da revista Veja, “desde o início de 2014, as cinco maiores instituições financeiras do país retomaram 11,5 bilhões de reais em imóveis por falta de pagamento”.
O texto esclarece que “o setor estima que essa cifra corresponde a cerca de 70 mil casas e apartamentos. A inadimplência cresceu à medida que a crise elevou o desemprego e reduziu a capacidade financeira das famílias”.
Atualmente, os cinco maiores bancos têm o volume recorde de 13,7 bilhões de reais em imóveis à espera de um interessado – incluindo as unidades que já estavam no estoque -, cifra que cresceu 745% em quatro anos e meio. Em Assú, de acordo com Rondinele Maia gerente da agencia local da Caixa, a quantidade de imóveis retomados ou devolvidos por falta de pagamento em 2018 é maior do que o que foi registrado no ano passado.
Esse ano a gente já ultrapassou com folga a quantidade de imóveis retomados no ano passado. Muitos clientes não conseguem honrar seus compromissos e alguns inclusive nos procuram e entregam as chaves”, disse em entrevista à Rádio Princesa FM, oportunidade em que lamentou que essa seja a realidade.
Embora não tenha apresentado números na comparação de 2017 com 2018 no tocante a retomada ou devolução de imóveis, Rondinele esclareceu que a inadimplência acumulada no setor de habitação do banco no município representa uma soma que se aproxima dos 15 milhões de reais.
Em valores reais a gente tem nessa faixa de contratos em atraso a mais e 90 dias, aproximadamente 15 milhões de reais”, acrescentou.
Assú está acima da média nacional de inadimplência. De acordo com Rondinele Maia, enquanto no Brasil a média é de 3% no município o índice chega a 9%.
Nossa orientação é que não deixe atrasar o pagamento por mais de dois meses. Chegando a 90 dias, por exemplo, o processo de retomada do imóvel é iniciado e a desocupação costuma ser rápida. Então, procure a Caixa e busque renegociar a dívida. Temos várias formas para facilitar a situação”, finalizou.

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