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Após a enxurrada eleitoral,
a vida real volta a se impor. Começa nesta segunda-feira uma nova greve dos caminhoneiros,
com início previsto em Goiás. Logo no primeiro dia após uma conturbada eleição,
o país parece enfrenta nova rodada de polêmicos embates entre sociedade civil,
representantes de setores comerciais e o Estado. O motivo da greve é o
descumprimento da tabela do piso mínimo do frete, que os caminhoneiros entendem
como uma falha da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Segundo os
motoristas, as transportadoras estão pagando um valor abaixo do frete mínimo,
além de “perseguirem” os caminhoneiros que não aceitarem o valor. A agência
ainda estuda maneiras de penalizar o descumprimento da tabela, e por isso o
prejuízo já é sentido pelos caminhoneiros. O prazo para apresentação de
propostas para a ANTT acaba no dia 9 de novembro. Mas é de interesse do governo
federal evitar que a greve prometida para hoje. A paralisação passada trouxe
perdas gigantescas para a economia do país: o setor de transportes sofreu uma
queda de 1,4% em relação ao primeiro trimestre; no mesmo período, o consumo das
famílias ficou estagnado, tendo aumento de somente 0,1%; as exportações
sofreram uma retração de 5,5%, e houve uma queda de 1,8% nos investimentos do
país. Além desses números, analistas projetam um crescimento menor no PIB
anual: segundo o Ministério da Fazenda, a perda será de 1,2 ponto percentual no
produto interno bruto de 2018. Vale lembrar que a tabela em vigor foi feita às
pressas, para encerrar a paralisação de maio. Após um vai e vem de valores e
cálculos, o governo federal fechou com um valor que valerá até janeiro de 2019.
Ou seja: é um potencial enorme abacaxi para o próximo governo eleito. Além da
tabela, houve uma redução em 0,30 real no valor do litro do diesel para
caminhoneiros. Com o cumprimento da tabela, o subsídio, que se encerra no dia
31 de dezembro, poderia ser extinguido. Encabeçada pelos caminhoneiros de
Goiás, a greve começará com uma “fiscalização informal”: boqueio de pistas e de
entradas das fábricas. Espera-se que caminhoneiros de Santa Catarina também
possam aderir à paralisação. Se o movimento vingar, o governo já sabe que precisa
ser rápido para evitar o pior.
Fonte: Revista Exame
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