Foto: Kléber Teixeira/Inter TV Cabugi
Funcionários do Correios do Rio Grande do Norte aderiram à
greve nacional da categoria e suspenderam os serviços em agências do estado
nesta terça-feira (18), segundo o sindicato. Os trabalhadores participaram de
um ato em frente ao centro de Distribuição Domiliária (CDD) na Avenida Hermes
da Fonseca, em Natal.
De acordo com a Diretora de Comunicação do Sindicato dos
Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios, Telégrafos (Sintect/RN),
Esiêdla Andrade, todos os serviços foram afetados com a greve.
“Todos os serviços foram afetados, desde atendimento,
postagem até a entrega. Até porque, quem fica não dá conta de atender toda
demanda. Mas, algumas agências fecharam 100%”, explica. Em todo o Rio Grande do
Norte são 195 Agências dos Correios e, de acordo com o Sintect/RN, pelo menos
79 pararam completamente. O Estado tem cerca de 1.200 funcionários dos
Correios.
A principal reivindicação da categoria é contra a
privatização da Estatal. De acordo com o Sindicato, foram revogadas 70 cláusulas
aprovadas em acordo coletivo que estariam em vigor até 2021. “Eles
arrancaram todas as cláusulas do acordo e nos deixaram pela CLT. E a direção da
empresa não se comunica com os trabalhadores”, explica Esiêdla.
Nessas cláusulas, segundo a Fentect, estão garantidos
direitos como 30% do adicional de risco, vale alimentação, licença maternidade
de 180 dias, auxílio creche, indenização de morte, indenização de morte,
auxílio para filhos com necessidades especiais, pagamento de adicional noturno
e horas extras.
Nota dos Correios
Os Correios não pretendem suprimir direitos dos
empregados. A empresa propõe ajustes dos benefícios concedidos ao que está
previsto na CLT e em outras legislações, resguardando os vencimentos dos
empregados.
Sobre as deliberações das representações
sindicais, os Correios ressaltam que a possuem um Plano de Continuidade de
Negócios, para seguir atendendo à população em qualquer situação adversa.
No momento em que pessoas e empresas mais
contam com seus serviços, a estatal tem conseguido responder à demanda,
conciliando a segurança dos seus empregados com a manutenção das suas
atividades comerciais, movimentando a economia nacional.
Desde o início das negociações com as entidades
sindicais, os Correios tiveram um objetivo primordial: cuidar da
sustentabilidade financeira da empresa, a fim de retomar seu poder de
investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira
ocasionada pela pandemia.
A diminuição de despesas prevista com as
medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. As
reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase
R$ 1 bilhão no mesmo período - dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de
uma proposta impossível de ser atendida.
Respaldados por orientação da Secretaria de
Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), bem como por diretrizes
do Ministério da Economia, os Correios se veem obrigados a zelar pelo
reequilíbrio do caixa financeiro da empresa. Em parte, isso significa repensar
a concessão de benefícios que extrapolem a prática de mercado e a legislação
vigente. Assim, a estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade
da empresa e a manutenção dos empregos de todos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário