A última atualização do Monitor de Secas aponta que
no Rio Grande do Norte, as chuvas observadas em julho foram dentro ou acima da
média, principalmente na porção leste. O histórico de precipitações acima da
média nos últimos meses explica a extinção da área de seca fraca que atuava em
parte do centro e Agreste Potiguar. Entre junho e julho, o estado teve um
aumento significativo da área sem seca, que saltou de 73,23% para 96,87% do
território. Esta é a melhor situação do Rio Grande do Norte desde o início do
Monitor de Secas em julho de 2014. Sete estados registraram aumento das áreas
com seca em relação a junho, devido às chuvas do último mês: Bahia, Espírito
Santo, Maranhão, Minas Gerais, Piauí, Rio de Janeiro e Tocantins. Em outros
quatro estados, o fenômeno teve redução: Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio
Grande do Norte. No Distrito Federal, Ceará, Goiás e Sergipe a parcela do
território com o fenômeno se manteve estável. Em termos de severidade, a seca
não registrou mudanças significativas entre junho e julho nas 16 unidades da
Federação monitoradas. Além disso, Mato Grosso do Sul passa a integrar o
Monitor de Secas a partir deste mês, o que dá ao estado melhores condições para
se preparar para a mitigação dos impactos da seca e antecipar ações de
resposta. De acordo com o Mapa do Monitor de julho, Mato Grosso do Sul registra
seca em todo seu território com os graus moderado (51,28%), grave (47,44%) e
extremo (1,28%), sendo o único estado a ter o fenômeno em todo seu território
em julho. O percentual da área com severidade grave do fenômeno no estado é a
maior entre as unidades da Federação presentes no Monitor. Julho é um mês
historicamente seco na maior parte do Sudeste e do Nordeste, no Distrito
Federal, em Goiás e em Tocantins. Em muitos desses locais, as chuvas são inferiores
a 20mm, como no Piauí, Tocantins, Goiás, DF, grande parte do Ceará e de Minas
Gerais, centro-sul do Maranhão, oeste da Paraíba e de Pernambuco, centro-oeste
da Bahia e norte de Mato Grosso do Sul. Por outro lado, julho é considerado
período chuvoso no litoral leste do Nordeste, na faixa que se estende desde o
Rio Grande do Norte até a Bahia, com valores de precipitação mensal acima de
200mm.
As maiores precipitações registradas em julho,
acima de 300mm, aconteceram no litoral da Paraíba. Totais mensais acima de
150mm foram observados em boa parte do litoral leste do Nordeste. Em grande
parte das unidades da Federação em que julho é um dos meses mais secos do ano,
houve ausência de chuvas ou acumulados inferiores a 2mm. As chuvas acompanharam
a média de julho no Piauí, Tocantins e Goiás; além de grande parte da Bahia,
Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba e Pernambuco. A anomalia negativa de
precipitações mais expressiva foi registrada no litoral e na Zona da Mata de
Pernambuco.
O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau
de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos
impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são
para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os
impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar
a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto
pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas,
disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e
iOS. O projeto tem como principal produto o Mapa do
Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos estados integrantes
do projeto e de uma rede de instituições parceiras que assumem diferentes
papéis na rotina de sua elaboração. Com uma presença cada vez mais nacional, o Monitor
abrange quatro das cinco regiões do Brasil, o que inclui os nove estados do
Nordeste mais Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Tocantins, Goiás,
Distrito Federal e Mato Grosso do Sul. Os três estados da região Sul – Paraná,
Rio Grande do Sul e Santa Catarina – já receberam treinamento e iniciaram a
etapa de testes para entrar no Monitor, o que já pode acontecer nos próximos
meses. O Monitor de Secas é coordenado pela Agência
Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o apoio da Fundação Cearense
de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), e desenvolvido conjuntamente com
diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos
hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas. No Rio Grande do Norte, a
Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN) é o órgão que
atua no Monitor de Secas. Por meio da ferramenta é possível comparar a evolução
das secas nos 15 estados e no Distrito Federal a cada mês vencido. Em operação desde 2014, o Monitor de Secas iniciou
suas atividades pelo Nordeste, historicamente a região mais afetada por esse
tipo de fenômeno climático. No fim de 2018, com a metodologia já consolidada e
entendendo que todas as regiões do País são afetadas em maior ou menor grau por
secas, foi iniciada a expansão da ferramenta para incluir outras regiões. O Monitor de Secas foi concebido com base o no
modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma
de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de
seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos
estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica
uma seca relativa – as categorias de seca em uma determinada área são
estabelecidas em relação ao próprio histórico da região – ou a ausência do
fenômeno.
Fonte: Defato.com
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