Moradores dos municípios banhados pelo Piranhas-Açu,
gestores estaduais e municipais, além de professores e pesquisadores de
universidades, ONGS e grupos tradicionais que têm afinidade com a questão
ambiental e econômica destas áreas, estão debatendo o uso sustentável dos
recursos naturais da área desta bacia em oficinas locais. Os três primeiros
encontros aconteceram na última semana, em Macau, Assú e Caicó, reunindo quase
200 participantes. Nesta semana, as oficinas ocorrerão nos municípios de
Parelhas, Currais Novos e Lagoa Nova. Por estarem situados em uma região de
Caatinga, que sofre com o desmatamento resultante de atividades como a
mineração e fabricação de cerâmica, o manejo para a produção de lenha receberá
atenção especial. Na ocasião, serão debatidas com associações de mineradores e
grupos de ceramistas, técnicas sustentáveis de exploração desse recurso
florestal que são viáveis tecnicamente, fáceis de serem aplicadas no campo e
que já estão normatizadas pelos órgãos ambientais competentes.
“A utilização desse
produto florestal como fonte de energia na região da Caatinga torna fundamental
a existência de políticas públicas concretas para o uso dos recursos do bioma.
O setor precisa entender a importância do manejo e de que se trata de uma
preocupação de Estado, para que eles desenvolvam suas atividades, que
empreguem, gerem renda, mas que o impacto ao meio ambiente seja o menor
possível”, disse o secretário de Gestão de Projetos e Metas, Fernando
Mineiro.
Os empreendedores da Bacia Leiteira também participarão
da discussão por utilizarem, igualmente, a lenha como combustível em suas
atividades produtivas. Com eles, ainda será debatida a destinação adequada dos
efluentes das queijeiras, uma vez que esse grupo faz parte dos beneficiários do
edital de Leite e Derivados do Projeto Governo Cidadão, que vai regularizar 39
queijeiras tradicionais do Seridó.
As oficinas regionais promovem o debate sobre os espaços
onde essas atividades produtivas poderão ser estabelecidas, a partir do
cruzamento com as características de fragilidades ambientais de cada local. O
objetivo é assegurar a preservação do meio ambiente a partir da utilização
consciente dos recursos naturais, integrando-os às potencialidades econômicas
identificadas em cada setor da Bacia.
“As dinâmicas são
feitas de maneira a buscar soluções para que os impactos ambientais das
atividades produtivas, que já são ou que serão desenvolvidas, sejam os menores
possíveis. Somente dessa maneira, com consciência ambiental, haverá o
desenvolvimento sustentável da região, do ponto de vista econômico e ambiental”,
ressaltou a coordenadora do Núcleo Ambiental do Governo Cidadão, Andrea
Batista.
As oficinas são ministradas pela Companhia Brasileira de
Projetos e Empreendimentos (Cobrape), responsável pelo Projeto Macrozoneamento
Ecológico-Econômico da Bacia do Rio Piranhas-Açu (MZPAS), promovido pelo
Governo do Estado, por meio do Governo Cidadão, com recursos do acordo de
empréstimo com o Banco Mundial. O valor do contrato é de aproximadamente R$ 3
milhões.
Os encontros têm contado com a presença de representantes
da Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), do Instituto
de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema);
do Instituto de Gestão das Águas do Estado do Rio Grande do Norte (Igarn); da
Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern); do Instituto de
Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte (Emater); da Agência
de Fomento do Rio Grande do Norte (AGN); do Comitê da Bacia Hidrográfica do
Piancó-Piranhas-Açu (CBH-PPA); e do Núcleo Ambiental do Projeto Governo
Cidadão.
Fonte: Governo do Rio Grande do Norte
Fonte: Governo do Rio Grande do Norte
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