A quantidade de resíduos enviadas para lixões teve um
aumento pelo segundo ano consecutivo. Segundo o levantamento divulgado pela
Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais
(Abrelpe), em 2017 foram enviados para depósitos de lixo, sem nenhum preparo,
12,9 milhões de toneladas de resíduos urbanos, um aumento de 4,2% em relação ao
volume verificado em 2016. A quantidade representa que 18% de todos os resíduos
produzidos no país e estão sendo depositados sem nenhum tipo de cuidado.
Cresceu também, ligeiramente, o número de municípios que encaminham o lixo para
esses locais. Eram 1.559 em 2016 e em 2017 passaram para 1.610. Para o presidente
da Abrelpe, Carlos Silva Filho, o fenômeno é preocupante. Ele lembrou que esse
tipo de destinação do lixo é proibida desde 1981 e foi transformada em crime
ambiental em 1998.
“A pior forma de
destinação ainda sobrevive e recebe mais lixo de um ano para o outro”,
alertou.
De acordo com Silva Filho, o levantamento analisou as
razões dos municípios para recorrerem aos lixões.
“Falta de dinheiro no
cofre municipal. A hora que o município deixou de ter esse recurso, para não
cortar outros serviços que supostamente são mais perceptíveis para a população,
cortou o custo com a destinação final”, explicou.
Proporcionalmente, os depósitos de lixo existem em maior
quantidade nas regiões Norte, onde representa 56% dos locais de destinação,
presente em 252 municípios, e Nordeste, onde 48% das cidades, um total de 861
enviam os resíduos para lixões. No Norte, 35,6% do volume de resíduos, 4,5 mil
toneladas por dia vão para lixões. No Nordeste, o percentual é de 31,9%, que
representa 14 mil toneladas por dia.
A destinação correta do lixo, segundo a legislação vigente,
só atinge 59,1% dos resíduos urbanos no Brasil. Os aterros controlados, que
apesar de terem algum cuidado na disposição, ainda são irregulares, recebem
22,9% dos resíduos. O estudo também constatou um aumento na quantidade de lixo
produzida. Em 2017, foram geradas 214,8 mil toneladas de resíduos urbanos por
dia, um crescimento de 1% sobre 2016 e um aumento de 0,48% no volume de lixo
per capita. Sobre a coleta seletiva, o levantamento indicou que cerca de um
terço dos municípios brasileiros, 1,6 mil cidades, ainda não tem nenhum tipo de
inciativa para separar os resíduos de forma a permitir o reaproveitamento.
Fonte: Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário