O vendedor de doces e salgados, Erivan do Nascimento, 38
anos, há 10 anos trabalha por conta própria no entorno do shopping Midway Mall,
no bairro de Lagoa Nova, na zona Sul de Natal. Ele relata que já não sabe fazer
outra coisa e não pretende deixar a informalidade. De acordo com dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística do RN (IBGE), Erivan do
Nascimento é uma das 585 mil pessoas que trabalham informalmente no estado. A
Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar (PNAD) Contínua, com números do
segundo trimestre de 2018, revela um contingente de informais, composto por 293
mil pessoas que trabalham sem CNPJ, além de 64 mil que executam atividades
domésticas e 228 mil que estão no setor privado, mas sem a carteira de trabalho
assinada. É o que cita publicação no site oficial da Femurn. Dados do IBGE
mostram ainda que houve um aumento de quase 4% dos informais em relação ao
segundo trimestre de 2017. O ambulante Erivan conta que foi difícil o início da
sua vida no trabalho sem carteira assinada.
“Para me manter no
trabalho não foi fácil. Inúmeras vezes fui retirado daqui, mas eu não desisti.
Até que hoje estou fixo no trabalho informal. Essa é minha fonte de renda e
sustento minha família”, relata.
Para Ivanilton Passos, analista técnico do IBGE, a
remuneração média do grupo dos informais é de R$ 776. Ele faz um alerta sobre a
relação entre este grupo de trabalhadores e o setor previdenciário.
“Alguns conseguem
ganhar mais que um salário mínimo nessas atividades, mas esquecem da questão de
legalizar perante a previdência social. Isso gera um problema seríssimo no
futuro. Vai chegar um momento em que nós não vamos ter como pagar os
aposentados ou mesmo os que estão na ativa do serviço público, por causa da
sonegação dos não contribuintes”, explica.
Segundo ele, a informalidade significa ineficiência para
a economia.
“O mercado de trabalho com
esse número de informais torna a economia ineficiente. São pessoas que não tem
direitos trabalhistas, previdenciários e isso causa um mercado frágil,
desorganizado”, conclui.
Foto: José Aldenir / Agora RN
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