Com a adoção da política de cotas, a Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte (UERN) impulsionou o processo de democratização
do acesso ao Ensino Superior. No entanto, não basta apenas garantir igual
oportunidade de ingresso para todos, sobretudo para aqueles em situação de
maior vulnerabilidade social. É de fundamental importância assegurar que estes
alunos possam permanecer na Instituição e concluir o curso.
“Nos últimos anos,
a UERN vem, através das cotas sociais, de pessoas com deficiência e mais
recentemente com a aprovação das cotas étnico-raciais, consolidando a
democratização do acesso ao Ensino Superior. Com isso, a Universidade tem o
desafio de garantir a permanência, impulsionando as políticas não só para
garantir o acesso, mas dar condições que ele conclua o curso e sua trajetória
acadêmica seja de sucesso. A Residência Universitária é um grande instrumento
dentro dessa política”, avalia o pró-reitor de Assuntos Estudantis, Erison
Natécio.
Paralelo ao avanço no processo de oportunizar o acesso
igualitário ao Ensino Superior, a Universidade expandiu o programa de
Residências Universitárias. Em 2013, eram quatro residências ofertadas apenas
em Mossoró, hoje são 12 unidades, em cinco campi: Mossoró, Assú, Caicó, Natal e
Patu. As Residências Universitárias dão oportunidade aos estudantes de outras
cidades e estados de permanecerem na cidade onde fazem o seu curso. Além de um
espaço para moradia, o programa também contribui para o acolhimento desses
estudantes e possibilita uma vivência com outros discentes, compartilhando a
experiência de morar longe de familiares e amigos.
Para a estudante Erika Naiara, do curso de Pedagogia, a
Residência Universitária foi fundamental para que pudesse chegar até o final do
curso.
“Sem o programa eu
não teria conseguido permanecer na Universidade, visto que não teria como arcar
com gastos de aluguel, luz, água e internet. Também vejo como benefício, o fato
de conviver com várias colegas, de diferentes gostos, diferentes formas de
pensar, isso me levou a chegar a um nível de maturidade enorme na qual hoje
compreendo e aceito as decisões do outro com maior facilidade”, declara a
estudante, que é de Patu.
Erika Naiara, inclusive, utilizou sua experiência como
tema do seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
“De início, meu
trabalho era voltado a uma autobiografia, pensei em contar sobre minha
trajetória na UERN”, explica. O estudo é intitulado “O papel da assistência estudantil na trajetória das estudantes de
pedagogia/UERN” e tem como objetivo compreender como se estabelece o papel
da assistência estudantil na vida das estudantes de Pedagogia.
O estudante Paulo da Silva Santos também enfatiza a
importância do programa. Ele é de Salvador (BA), veio para Mossoró para cursar
Geografia na UERN e encontrou na Residência Universitária o apoio necessário
para seguir na graduação.
“A Residência
Universitária é de suma importância, principalmente para nós, alunos oriundos
de outros estados e de baixo poder aquisitivo. O programa ajuda a realizar o
sonho de diversos jovens, como eu de ter uma graduação”, afirma o
graduando.
A graduanda do curso de Turismo, Raquel Sales, é da
cidade de Chorozinho (CE) e ratifica o papel que as Residências Universitárias
têm na vida dos estudantes.
“Se não fosse a
Residência Universitária, eu não estaria aqui, fazendo o curso que sempre
desejei”. Ela ressalta que o programa oferece oportunidade para aqueles que
estudam em cidade longe da sua de origem tenham uma boa moradia e sejam
acolhidos, possibilitando assim dar continuidade ao sonho de concluir a
graduação.
Titular da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, Erison
Natécio informa que está em análise no Conselho Diretor da UERN a proposta de
redimensionamento do programa de moradia estudantil, na perspectiva de
expansão. A ideia é ampliar e otimizar as ações do programa.
“O intuito é que o
programa possa ser ofertado em duas modalidades: na forma de Residência
Universitária, que é a que temos hoje, e a outra modalidade seria auxílio
financeiro ao estudante”, informa o pró-reitor. Ele justifica que em
algumas cidades, como Pau dos Ferros, existe a dificuldade de encontrar um
imóvel que atenda todas as exigências legais para contratar com o serviço
público.
“Dada a essa
dificuldade, a gente vai buscar expandir o auxílio-moradia e assim fazer que
mais alunos sejam contemplados”, enfatiza.
A proposta está em tramitação no Conselho Diretor e a
expectativa é que seja aprovado para implementação no próximo semestre.
Fonte: UERN
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