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O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia,
Paulo Guedes, anunciaram, em Brasília, que o salário mínimo de 2020 será
elevado de R$ 1.039 para R$ 1.045. Uma medida provisória (MP) será editada pelo
presidente nos próximos dias para oficializar o aumento.
“Nós tivemos uma
inflação atípica em dezembro, a gente não esperava que fosse tão alta assim,
mas foi em virtude, basicamente, da carne, e tínhamos que fazer com que o valor
do salário mínimo fosse mantido, então ele passa, via medida provisória, de R$
1.039 para R$ 1.045, a partir de 1º de fevereiro”, afirmou Bolsonaro no
Ministério da Economia, ao lado de Guedes. O presidente e o ministro se
reuniram duas vezes ao longo do dia para debaterem o assunto.
No final do ano passado, o governo editou uma MP com um
reajuste de 4,1% no mínimo, que passou de R$ 998 para R$ 1.039. O valor
correspondia à estimativa do mercado financeiro para a inflação de 2019,
segundo o Índice Nacional do Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Porém, o valor do INPC
acabou fechando o ano com uma alta superior, de 4,48%, anunciada na semana
passada e, com isso, deixou o novo valor do mínimo abaixo da inflação. Por lei,
esse é o índice usado para o reajuste do salário mínimo, embora a inflação
oficial seja a medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA), que fechou o ano de 2019 em 4,31%.
“Nós vamos ter que
achar os recursos para fazer isso, mas o mais importante é o espírito que o
presidente defendeu, da carta constitucional, que é a preservação do poder de
compra do salário mínimo”, afirmou Paulo Guedes.
Segundo o ministro, com o novo aumento, o impacto nas
contas públicas será de cerca de R$ 2,3 bilhões, que poderão ser compensados
com R$ 8 bilhões de arrecadação extra prevista pelo governo.
“Nós já temos, eu
prefiro não falar da natureza do ganho, que vai ser anunciado possivelmente em
mais uma semana, nós já vamos arrecadar mais R$ 8 bilhões. Não é aumento de
imposto, não é nada disso. São fontes que estamos procurando, nós vamos
anunciar R$ 8 bilhões que vão aparecer, de forma que esse aumento de R$ 2,3
bilhões vai caber no orçamento”, informou o ministro. Ainda segundo ele,
caso não seja possível cobrir o aumento de gasto no orçamento para custear o
valor do mínimo, o governo não descarta algum contingenciamento.
Até o ano passado, a política de reajuste do salário
mínimo, aprovada em lei, previa uma correção pela inflação mais a variação do
Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país). Esse
modelo vigorou entre 2011 e 2019. Porém, nem sempre houve aumento real nesse
período porque o PIB do país, em 2015 e 2016, registrou retração, com queda de
7% nos acumulado desses dois anos. O governo estima que, para cada aumento de R$
1 no salário mínimo, as despesas elevam-se em R$ 355,5 milhões, principalmente
por causa do pagamento de benefícios da Previdência Social, do abono salarial e
do seguro-desemprego, todos atrelados ao mínimo.
Fonte: Agência Brasil
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