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Os estados do Nordeste, assim como Espírito Santo e Rio
de Janeiro, poderão ter um surto de dengue a partir de março de 2020, afirma o
Ministério da Saúde.
“A dengue é uma
doença sazonal e o quadro é dinâmico e pode mudar em pouco tempo, mas, no
momento, os nove estados do Nordeste e as regiões do Sudeste com grande
contingente populacional pouco afetadas em 2019 estão no nosso alerta”,
afirmou ao G1 o porta-voz do Ministério da Saúde, Rodrigo Said.
O Brasil registrou 1.544.987 casos de dengue no ano
passado, com 782 mortes, segundo dados da pasta, um aumento de 488% em relação
a 2018, um ano considerado atípico pelo Ministério. A dengue é transmitida por
quatro sorotipos do vírus: o sorotipo 1, 2, 3 e 4, todos em circulação no
Brasil.
A intensidade de circulação desses sorotipos se alterna
pelo país de tempos em tempos. Os surtos de dengue costumam ocorrer, segundo
Said, quando há mudança na circulação do tipo de vírus.
Foi o que ocorreu no final de 2018, quando começou a
circular no Sudeste e Centro-Oeste um tipo diferente dos anos anteriores, o
sorotipo 2.
“As pessoas não estavam
imunes ao sorotipo 2, que não circulava no país desde 2008. Por isso ele veio
tão forte, porque encontrou novas pessoas para infectar”, explica o
porta-voz.
A recente circulação do sorotipo 2 aconteceu somente em
algumas partes do Sudeste e Centro-Oeste, o que ajuda a entender porque 77% de
todos os registros de dengue no país, assim como 67% das mortes, ocorreram em
apenas três estados em 2019: São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
“O sorotipo 2, que
já é um tipo mais virulento que os outros, foi ganhando força conforme foi
infectando novos pacientes nesses estados. Agora, ele está circulando por mais
áreas. Por isso, para 2020, é esperado aumento dos casos de dengue justamente
nos estados que não foram tão afetados pelo sorotipo em 2019, como o Rio de Janeiro
e Espírito Santo”, explica o porta-voz do ministério. Said também alerta
que o surto da doença se relaciona, ainda, a fatores ambientais.
“Estamos em um
momento propício para a proliferação do mosquito transmissor da dengue [Aedes
aegypti]: altas temperaturas e chuvas intensas”.
Zika e chikungunya
Os dados de registro de zika ainda estão baixos no
Brasil.
“Mas temos a
confirmação laboratorial de que o vírus do zika está em circulação por todos os
estados do país, menos no Acre. Por isso, ainda há alerta de infecção para as
gestantes”, informa Said.
A zika é transmitida pela picada do mosquito Aedes
aegypti, o mesmo responsável pela dengue. Em gestantes, a infecção por zika
pode causar microcefalia nos bebês. Em 2016, o Brasil foi apontado como um dos
países mais afetados pelo zika. No que diz respeito a chikungunya, também
transmitida pela picada do Aedes aegypti, Said afirma que apesar do aumento dos
casos em 2019, não há previsão de um novo surto para 2020. A notícia é do
portal G1.
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