quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Carnaubais: Prefeito convoca reunião em prédio público para pedir votos para deputados e é alvo de ação do MP

O Ministério Público Eleitoral protocolou nesta quarta-feira (12) uma ação de investigação judicial eleitoral (Aije) contra o prefeito de Carnaubais, Thiago Meira Mangabeira, contra o deputado federal Rogério Marinho e o deputado estadual George Soares. Na ação, o MP Eleitoral aponta a prática de abuso de poder político e conduta vedada em razão de reunião que o prefeito realizou, em prédio público, com servidores vinculados à Prefeitura de Carnaubais, antes e durante a campanha, para beneficiar os então candidatos George Soares e Rogério Marinho. A assessoria de imprensa do prefeito Thiago Meira disse que as reuniões aconteceram, porém com o intuito de prestar contas sobre o trabalho da administração. Não havia, segundo ele, qualquer cunho eleitoral.
Fotos e informações sobre os encontros podem inclusive ser encontrados nas redes sociais da prefeitura”, alega a assessoria. Além disso, a assessoria frisou que o prefeito está à disposição para prestar qualquer esclarecimento à Justiça, assim como as pessoas que já foram ouvidas. Os deputados Rogério Marinho e George Soares não responderam à reportagem.

De acordo com o MP, em agosto, durante a campanha eleitoral, Thiago Meira convocou reunião na Câmara de Vereadores de Carnaubais com servidores da prefeitura, sob o pretexto de realizar uma prestação de contas da sua gestão à frente do Município.

A pauta inicialmente apresentada era apenas uma cortina de fumaça, pois aquele encontro tinha como último e principal objetivo cobrar o apoio dos servidores públicos lá presentes em favor dos candidatos a deputado estadual e deputado federal que o prefeito estava apoiando nas eleições de 2018”, afirma a ação.
Além de vídeo do evento encaminhado ao Ministério Público, ao serem ouvidas pelo promotor Augusto Carlos Rocha de Lima, da Promotoria Eleitoral da 47ª Zona, testemunhas confirmaram que o prefeito utilizou a reunião para pedir voto para os candidatos. “Aquele encontro, realizado em prédio público, que deveria restringir-se a questões administrativas, transformou-se em um verdadeiro, autêntico e sobretudo ato de campanha eleitoral em favor dos citados candidatos, ora investigados”.
A ação destaca ainda que o fato de a maioria dos presentes na reunião ser composta por servidores com vínculo temporário com a prefeitura (cargos comissionados ou contratados temporariamente) é “sintomático”.
Assim, é logicamente dedutível a pressão implícita resultante da relação funcional existente entre superior e subordinados – a maior parte vinculada ao município por meros contratos temporários – isso para não mencionar o flagrante aproveitamento dessa audiência cativa – convocada pelo prefeito e secretários para a reunião – para a apresentação dos melhores candidatos para o município”.
Se forem condenados, os envolvidos podem ser declarados inelegíveis, ter o diploma cassado mais pagamento de multa.
Fonte: G1/RN

Nenhum comentário:

Postar um comentário