Foto: Ney Douglas
Na intenção de discutir as prioridades e as necessidades
do setor ceramista do Rio Grande do Norte enfrenta, o deputado Hermano Morais
(PMDB) reuniu empresários, representantes do poder público e da sociedade civil
em audiência pública, nesta quinta-feira (06), no auditório da Assembleia
Legislativa. O objetivo do deputado Hermano Morais quando idealizou a audiência
foi de contribuir para a formalização de parcerias e novas formas de
aperfeiçoamento visando o avanço na produtividade. O trabalho dos órgãos
fiscalizadores diante da atividade econômica foi o principal foco da discussão.
De acordo com Hermano Morais, essa discussão se faz necessária para que se
tenha condições de mapear esse setor tão importante para a economia do estado.
“As cerâmicas foram
ameaçadas de fechamento pelos órgãos ambientais, já que a maioria dos
ceramistas não estavam em condições de fazer investimentos que as fiscalizações
exigiam. Hoje temos 160 empresas em funcionamento. O que pretendemos é
encontrar soluções satisfatórias que não ocasionem o fechamento dessas empresas”,
explicou.
O presidente do Sindicato da Indústria Cerâmica para
Construção do Rio Grande do Norte (SINDICER-RN), Pedro Terceiro de Melo,
ressaltou que todas as dificuldades enfrentadas pelo estado implicam também no
aumento dos problemas para o setor ceramista.
“Fazemos parte de
uma economia e estamos tentando manter o setor e evoluir, mas sabemos que o
momento, para as empresas de modo geral, não só cerâmico, é um momento muito
delicado. Diante desse quadro econômico do RN, estamos recebendo muitas
fiscalizações e algumas delas nos deixam desconfortáveis por serem muito
difíceis de serem atendidas. Entendemos que devemos obedecer as leis, mas
esperamos fazer isso de forma que possamos manter nossas empresas funcionando.
Nosso desejo é de dialogar. Estamos certos de que devemos fazer alguma coisa
para compensar as degradações ambientais, mas que seja também viável para a
gente”, disse.
De acordo com ele, o setor cerâmico mais importante do
mundo é o da China e o segundo, é o do Brasil. Em relação ao Nordeste, o RN
está terceiro lugar, perdendo somente para os estados da Bahia e do Ceará. O setor
potiguar gera em torno de seis mil empregos. O prefeito de Carnaúba dos Dantas,
Gilson Dantas, se fez presente na ocasião e quis dar a contribuição dele ao
debate.
“A nossa causa a
favor do polo cerâmico começou em 2013, apresentei a Hermano Morais as
dificuldades que o polo de Carnaúba estava tendo em relação às licenças
ambientais junto ao Idema. Posteriormente, o Idema passou de órgão fiscalizador
para parceiro e isso trouxe o desenvolvimento para o polo cerâmico, diferente
de outros órgãos que não tiveram a sensibilidade que o Idema teve. Em Carnaúba
temos um ICMS significativo fruto do polo cerâmico e fomos a 5ª cidade que mais
cresceu economicamente no Estado”, declarou o prefeito.
Já o superintendente do Ibama, Paulo Kenedy Coelho,
explicou aos presentes que o órgão estava ali para cooperar com o Estado e que
tem ciência de que o RN tem sofrido muito em vários setores. “Sabemos que há alguns anos o Ibama teve uma
fiscalização muito grande em vários setores do RN, mas queria deixar claro que
o Ibama hoje é um órgão parceiro, tanto do Idema, quanto da secretaria”,
explicou.
Para o conselheiro do Conselho Estadual do Meio Ambiente,
Airton Paulo Torres, o setor ceramista potiguar tenta sobreviver com muita
dificuldade e de uma hora pra outra se deparou com fiscalizações ostensivas que
deixa a todos desconfortáveis.
“Ação desse tipo
tem consequência. Cada um teve seu momento de dificuldade e são setores como
esse que passam a viver de uma forma muito mais difícil e com riscos maiores
crescentes. Muitas vezes assinando esses documentos de fiscalização, se assina
a decretação da falência dessas empresas. Seria muito importante apelar para
que se houvesse um bom senso. Os empresários não estão desobedecendo a lei
porque eles querem, é preciso que haja uma certa tolerância”, ressaltou.
À declaração, o conselheiro acrescentou que não há da
parte dos órgãos fiscalizadores um trabalho breve de conscientização. “Precisamos cumprir a lei, mas também
precisamos salvar os empregos”.
O deputado George Soares (PR) participou da audiência,
lamentou a ausência do Ministério Público do Trabalho e entendeu que essa
ausência causa prejuízo ao debate, já que o grande estimulador da reunião foi a
fiscalização, principalmente no Vale do Açu.
“Muitas vezes o
empresário é visto como vilão do processo e ele não é. Aqui estamos tratando
dos empresários que investem na cerâmica e geram empregos, 6 mil empregos
diretos e podendo chegar a 10 mil indiretos. Nos deparamos com uma cartela de
exigências, mas o MPT precisa ser mais elástico no sentido de dar a condição
para que se possa cumprir um mínimo. No polo cerâmico, a grande maioria dos trabalhadores
já está com carteira assinada, tudo regulamentado, e por que agora exigir uma
pauta no meio de uma crise, com o Estado a beira de uma falência?”, disse.
O representante do Ministério Público do Trabalho não estava presente, mas
justificou a ausência.
Além dos convidados já citados, estiveram na ocasião o
deputado Francisco do PT (PT), os prefeitos de Parelhas e Itajá, além de
ceramistas de várias cidades do estado.
Fonte: Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte
Coisa facil de resolver,fecha todas as ceramicas manda os trabalhadores para o ministerio pubico do trabalho.
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