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Já somam 18 os casos de raiva confirmados em morcegos no
Rio Grande do Norte em 2019. O número preocupa o Programa de Controle da Raiva
da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), já que a doença – quando
transmitida do animal para o homem – resulta em morte em quase 100% dos casos. O
número de animais com diagnóstico laboratorial de raiva em 2019 já está três
vezes maior do que os três primeiros meses de 2018. Durante todo o ano de 2018,
foram registrados 35 morcegos positivos para raiva no RN e, somente nos três
primeiros meses de 2019 e nos 10 dias iniciais de abril, já são 18 morcegos com
raiva no estado e 1 caso em bovino.
“Os morcegos identificados com raiva no RN são sobretudo
de áreas urbanas. Fato que aumenta ainda mais a nossa preocupação em
decorrência da densidade populacional nas cidades. Das espécies identificadas
predomina o Molossus molossus, morcego que tem o hábito de se alimentar de
insetos. Segundo a literatura, esses animais estão muito bem adaptados ao meio
urbano”, explicou Alene Castro, veterinária da equipe do Programa de Controle
da Raiva da Sesap.
Os casos registrados em morcegos no ano de 2019 são dos
municípios de Parnamirim (4), Mossoró (04), Caicó (04), Macaíba (03), Santo
Antônio (02) e Nova Cruz (01). O município de João Câmara registrou caso de
raiva em um bovino. A Sesap solicita aos municípios que, através da integração
entre os profissionais de saúde da assistência e os profissionais das
vigilâncias, a investigação na área de ocorrência de acidentes envolvendo
morcego seja realizada mais prontamente e que aumente o número de envio de
amostras de quirópteros suspeitos de raiva. Além disso, a Secretaria sugere que
o tema “Raiva e a prevenção dessa doença” seja incluído nas ações do Programa
Saúde nas Escolas, para conscientização das crianças quanto às formas de
prevenção.
A doença é transmitida pela saliva do animal infectado –
principalmente, cão e gato, ou de animais silvestres, como morcego e sagui -
através da pele ou mucosas, seja por mordedura, arranhadura ou lambedura. A
principal forma de prevenção é a vacinação de animais domésticos e de pessoas
que foram expostas ao risco.
A orientação da Sesap é para que as vítimas de mordeduras
lavem o local com água corrente e sabão e procurem imediatamente a unidade de
saúde mais próxima. O vírus rábico é muito sensível a agentes externos e ao
lavar o ferimento com água corrente e sabão, ou outro detergente, isso diminui,
comprovadamente, o risco de infecção.
É fácil identificar um morcego suspeito de raiva. Se
observar um morcego voando ou alimentando-se durante o dia, pousado em local
desprotegido ou encontrá-lo caído ou morto no chão, entre em contato com o
Controle de Endemias ou com o Centro de Controle de Zoonoses da sua cidade e
solicite a remoção do animal. Em Natal os telefones são: 3232-8235 e 3232-8237.
Não toque no animal, afaste pessoas e animais do local e tente colocar uma
caixa, balde ou pano em cima do morcego. Em caso de dúvidas se o morcego entrou
no local ou não e se ocorreu contato, também é preciso buscar assistência
médica. O ano de 2010 foi o que teve o mais alto número de registro de raiva em
morcegos no Rio Grande do Norte (64), ocasião em que foi registrado um caso de
raiva humana, transmitido por morcego.
Recomendações
Em todo caso de mordedura e/ou arranhadura com animal que
pode transmitir raiva, lave a lesão com água corrente e sabão e procure assistência
médica imediatamente. Na situação em que morcego adentrou um local e existe
dúvida se ocorreu contato com o animal, também é preciso buscar assistência
médica. Caso encontre morcego durante o dia (vivo ou morto), não toque no
animal, coloque algo cobrindo- o e informe à Secretaria Municipal de Saúde para
que seja feito recolhimento do morcego. Cães ou gatos que forem encontrados com
morcegos devem ficar em isolamento por 180 dias e devem receber duas ou três
doses de vacina antirrábica dependendo do estado imunológico do animal. A
vacinação anual contra raiva em cães, gatos, bois, cavalos, porcos, bodes,
carneiros e asnos é uma das principais medidas para prevenção da raiva.
Fonte: Sesap/RN
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