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Um levantamento feito pela Seguradora Líder em nove
estados brasileiros mostra que houve mais registros de mortes no trânsito, em
2018, do que crimes hediondos como homicídio, latrocínio e lesão corporal
seguida de morte. O estudo compara o total de indenizações pagas por morte pelo
seguro obrigatório e os dados das Secretarias Estaduais de Segurança Pública.
Os nove estados somaram mais de 17 mil pagamentos do Seguro DPVAT destinado à
cobertura por morte, representando 46% do total de sinistros pagos por
acidentes fatais em todo o país no ano passado. Já os crimes violentos somaram
12.559 óbitos no mesmo período. São Paulo e Minas Gerais lideram a lista com
5.462 e 4.127 sinistros pagos por acidentes fatais, respectivamente. Já o
número de mortes em decorrência de crimes violentos foi de 3.464 e 3.234 para
cada. Mas os números têm diminuído. Houve uma queda de 8% no ano passado em
relação a 2017, nos nove estados, quando foram pagas mais de 19 mil
indenizações do Seguro DPVAT à cobertura por morte. De acordo com a Polícia
Rodoviária Federal, em 2018, foram registrados 69.114 acidentes nas rodovias
federais de todo o país. Deste total, 5.259 foram fatais. Em 2017, foram 89.547
ocorrências, com 6.245 mortes.
“Apesar da redução
dos acidentes e das mortes, os números ainda revelam um cenário preocupante da
violência no trânsito brasileiro. Com isso, torna-se fundamental o constante
investimento em prevenção, educação e medidas cada vez mais rigorosas de
fiscalização”, afirma Arthur Froes, superintendente de Operações da
Seguradora Líder.
Álcool e direção
O especialista em educação no trânsito, Eduardo Biavati
comenta que a maioria dos casos de acidentes fatais envolve o excesso de
velocidade ligado ao consumo de álcool.
“Quanto maior a
velocidade maior vai ser a gravidade de uma colisão ou atropelamento. E quase
sempre as mortes que envolvem velocidade excessiva estão relacionadas ao
consumo de álcool”, explica.
Para ele, as campanhas de conscientização são
importantes, mas aliadas a medidas que fiscalizem e punam condutores
infratores.
“A questão é que em
nenhum do lugar do mundo as pessoas aprenderam a controlar velocidade por uma
campanha de conscientização. Elas têm que fazer parte de uma estratégia. As
coisas são coordenadas. A educação para o trânsito está a serviço da
fiscalização”, disse.
Mas, mesmo com um cenário preocupante, o número de óbitos
no trânsito vem diminuindo no Brasil. De acordo com Biavati, os números que
antes chegavam a quase 43 mil mortes por acidentes fatais no trânsito, caíram
entre 05 e 06 mil.
Quanto mais veículos, mais acidentes?
O especialista explica que não há relação direta entre o
número de veículos e o número de acidentes fatais no trânsito. Para ele, é
necessário analisar uma série de fatores.
“Pilotar uma moto
numa região periférica de São Paulo, por exemplo, não é a mesma coisa de fazer
isso na Av. Paulista, porque as condições da via são diferentes, a conservação
do pavimento, entre muitas outras coisas”, comenta.
“O senso comum
imagina que, quanto maior a frota de motociclistas ou de carros andando na rua,
mais gente vai morrer no trânsito. Mas a frota de motos também cresceu nos
últimos dez anos no Japão, na Itália, na França, Alemanha, etc. E lá o número
de mortes não é tão grande quanto aqui”.
“O acidente fatal
ocorre se o sistema viário for deficiente, se a fiscalização for ineficiente e
se a formação do condutor for pífia como vem sendo no Brasil”, encerra.
Fonte: R7
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