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Mesmo com o crescente número de casos da Covid-19 no
Brasil, a população não pode esquecer de um velho conhecido: o mosquito Aedes
aegypt. De acordo com o boletim epidemiológico mais recente do Ministério da
Saúde, o Brasil registrou, até o momento, 603.951 casos prováveis de dengue. A
taxa de incidência da doença é de 287,4 por 100 mil habitantes. Em relação aos
casos fatais, o Ministério da Saúde registrou 221 mortes. Outros 208 óbitos em
quatro regiões do país permanecem em investigação.
A taxa de letalidade por dengue foi maior entre os idosos
a partir dos 60 anos, que representam 58,4% das vítimas fatais. Dentro dessa
categoria, os mais acometidos foram aqueles com 80 anos ou mais.
Entre os quatro sorotipos da doença, o tipo 2 foi
predominante no país, com exceção da região Nordeste, onde o tipo 1 foi mais
comum. Houve ainda registro de circulação simultânea de três dos sorotipos da
doença em alguns estados, como em Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. Boa parte dos criadouros, segundo o
Ministério da Saúde, está dentro das residências.
“O mosquito pode
completar o seu ciclo de reprodução, da eclosão do ovo até o inseto adulto, em
dez dias. Então, a gente chama a população para participar efetivamente para
reduzir os criadouros dentro dos domicílios”, explica o coordenador-geral
em Arbovirose do Ministério da Saúde, Rodrigo Said.
Dados regionais
Segundo o Ministério da Saúde, entre as regiões do
Brasil, o Centro-Oeste é a que apresenta maior incidência de dengue. São 709,5
casos por 100 mil habitantes, e 15.631 registros confirmados da doença nos
quatro estados que compõem a região. Mato Grosso do Sul tem quase 41 mil casos
confirmados. Goiás tem cerca de 31,5 mil, Mato Grosso já registrou 22 mil
ocorrências de dengue, e, por último, aparece o Distrito Federal, com 20,6 mil
casos. Na região Sul, o Paraná é o líder nacional em número de casos
confirmados, com 202 mil. Está muito à frente dos outros estados da região. O
Rio Grande do Sul tem cerca de 2,2 mil confirmações de dengue, enquanto Santa
Catarina tem 3.142. No Nordeste, a Bahia se distancia dos demais estados. São
mais de 21 mil casos em território baiano. Ceará aparece na segunda colocação
da região, com 7 mil registros. Pernambuco, Rio Grande do Norte, Maranhão e
Paraíba tem, respectivamente, 5 mil; 3,5 mil; 1,8 mil; e 1,7 mil casos
confirmados. Alagoas (614), Piauí (505), e Sergipe (247), são alguns dos poucos
estados que apresentam menos de mil ocorrências de dengue.
Já na região Norte, o Amapá tem o número mais baixo de
casos. São 42, de acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. O
Acre tem a maior incidência de dengue da região, com 4 mil registros. Na sequência
aparecem o Amazonas (3.510), o Pará (3.024), Rondônia (2.100), Tocantins
(1.565), e Roraima (524).
Zika e chikungunya
O mosquito Aedes aegypt também é responsável pela
transmissão da Zika. Os dados mais recentes do Ministério da Saúde apontam que,
até o momento, há 2.058 casos prováveis da doença no Brasil. Assim como no
cenário da dengue, a região Centro Oeste tem a maior taxa de incidência entre
as cinco regiões do país – 1,9 casos por 100 mil habitantes. A média é maior do
que a nacional, que é de 1 caso por 100 mil habitantes. Além da dengue e da
Zika, o Aedes aegypt transmite ainda o vírus da chikungunya. Segundo a pasta da
Saúde, foram notificados 17.636 casos prováveis da doença no país em 2020. O
estado da Bahia concentra 28,9 % das ocorrências de chikungunya do Brasil, o
Espírito Santo reúne 22,6% das notificações e o Rio de Janeiro tem 16,6% dos
casos.
“Nós estamos no
início da sazonalidade de doenças respiratórias. Então é natural que a gente
tenha uma sobreposição da epidemia de coronavírus, com a epidemia de influenza,
com a epidemia de dengue, chikungunya, Zika”, destaca o secretário de
Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira.
Com a quarentena vigente em grande parte do país, os
cuidados em casa com possíveis criadouros precisam ser reforçados.
“O mosquito Aedes
aegypt é um mosquito domiciliar. Ele fica dentro habitações, construções,
galpões, locais comerciais. Com o isolamento social, as pessoas ficaram mais
expostas ao mosquito”, ressalta o médico infectologista do Hospital das Forças
Armadas de Brasília, Hemerson Luz.
Deve-se ficar atento também aos sintomas de cada doença.
Dengue e Covid-19 tem alguns pontos em comum, como febre, fadiga e cansaço.
“O que se pode
diferenciar entre os dois quadros são os sintomas respiratórios, como a falta
de ar, a tosse seca, a coriza, que são usualmente comuns nos casos da Covid-19”,
diz o doutor Hemerson Luz.
Fonte: Agência do Rádio
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