Os decretos e as medidas de restrição à circulação de
pessoas isolamento social, em decorrência do Coronavirus (Covid-19), já
apresentam um impacto negativo no equilíbrio financeiro e ameaçam a sobrevivência
dos pequenos negócios instalados no Rio Grande do Norte. De acordo com pesquisa
realizada pelo Sebrae e divulgada nesta quinta-feira (02), 88% dos
empreendimentos de pequeno porte do Estado já verificam uma queda no
faturamento em função da crise gerada pela pandemia. E o mais grave, 29% dois
donos de empresas do RN dizem que não terão condições de manter o funcionamento
e precisarão fechar o negócio permanentemente em um mês caso as restrições
adotadas até agora permanecer por mais tempo. Os pequenos negócios representam
mais de 95% de todos os empreendimentos do RN, somando pelo menos 181 mil
negócios. O levantamento foi feito entre os dias 19 e 23 de março e ouviu 9.105
proprietários de micro e pequenas empresas de todo o país, incluindo os do Rio
Grande do Norte. A pesquisa mostrou que mesmo adotando técnicas de vendas
online e de serviço de entrega ainda assim as vendas dos empreendedores
potiguares caíram 64,2% na última semana em comparação a uma semana normal.
Somente 8% dos empreendedores não foram afetados [ou continuaram com mesmo
faturamento ou tiveram aumento] até o momento pelo cenário adverso
proporcionado pelo Coronavirus. Para a maioria a realidade tem sido bem mais
cruel. 62% dos empreendedores disseram que o faturamento caiu para mais da
metade até o momento. Com a expressiva queda nas vendas, 58,1% dos
empreendedores do RN já preveem que precisarão solicitar empréstimos para
manter o negócio em funcionamento sem gerar demissões. Damiana Paula faz parte
dessas estatísticas. Ela é proprietária de uma lanchonete e sorveteria na Zona
Norte de Natal e está sentindo os impactos das medidas de restrição no bolso. É
lá onde os danos provocados pelo novo coronavírus se mostram implacáveis. E,
para melhorar o volume das vendas que caiu vertiginosamente, Damiana decidiu
contratar um entregador e aos poucos está conseguindo melhorar o fluxo das
vendas de lanches e de sorvetes. Ela também presta serviço de reprografia na
sua loja, tirando cópias de documentos e impressos para a sua clientela, que
também pode receber o material impresso em casa.
“Não está sendo
fácil, mas acredito que tudo vai ficar bem. É importante seguir as orientações
dos órgãos competentes, da Organização Mundial da Saúde e seguir firme, como
todo empreendedor que luta todos os dias para ter dias melhores. Nessa hora, a
orientação, a informação e o conhecimento são necessários para a gente sair
dessa crise”, recomenda a empreendedora, que antes da lanchonete, atuou nos
segmentos de cosméticos e confecções e se viu obrigada a fechar seus negócios
para tentar novamente. Atualmente, ela não tem pessoas empregadas no negócio.
De acordo com a pesquisa as despesas com funcionários
representam o item o que mais pesa no orçamento do negócio para 47% dos
empreendedores potiguares, seguido de empréstimos e dívidas, que complicam a
vida de 43% dos empresários do RN. Por conta do avanço da doença no país, os
custos com pessoal aumentaram para 21% dos empreendedores do Estado. Para a
maior parte (61%), no entanto, as despesas com funcionários permaneceram
inalteradas. Porém, com a expressiva queda nas vendas, 58,1% dos empreendedores
do RN já preveem que precisarão solicitar empréstimos para manter o negócio em
funcionamento sem gerar demissões. O levantamento também calculou a média de
pessoas que dependem de cada empresa e no Rio Grande do Norte o número chega a
ser de 8,6 pessoas, sejam como empregados fixos, temporários, formais,
informais e até familiares do empreendedor.
29% dos donos de pequenos negócios do Estado acreditam
que só conseguem manter a empresa aberta por mais um mês caso as restrições de
movimentação de pessoas permaneçam por mais tempo e outros 29% disseram que só
conseguem permanecer funcionando por mais dois ou três meses. Esses
empreendedores faturam, segundo a pesquisa, uma média de até R$ 6 mil por mês
(33%). Já os que faturam entre R$ 7 mil e 15 mil mensais somam apenas 13%. A
notícia é da Agência Sebrae.
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